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quarta-feira, 12 de março de 2014

A ladeira da Saudade

Olá,
Outro dia alguém me perguntou no Facebook qual foi o livro que me fez gostar de ler. Nem respondi o post, mas fiquei alguns minutos sonhando com Marília de Dirceu...

Ah, o amor adolescente... 
Já tentei escrever sobre o amor jovem algumas vezes como na minha versão de Eduardo e Mônica Orgulho-e-Preconceitualizado, mas nunca o amor adolescente. 
Ah, como era bom... né?

Essa viagem através das 40 páginas 40 está quase no fim e eu não poderia encerrar esses 40 livros incríveis sem ESSE:





Ganymédes José


Capítulo 14
A Ladeira da Saudade

página 40

"      — Porque você é Marília, eu já disse! Agora, vamos! Quero mostrar-lhe uma coisa! — e, agarrando-a pela mão, puxou-a ladeira acima.
      Dirceu era ágil, elástico, cheio de vida.
      — Já viu a casa de Tiradentes? — perguntou, quando chegaram ao topo da ladeira.
      — Onde foi a casa de Tiradentes — corrigiu ela. — Tampinha me disse que a verdadeira casa dele era baixa e pequena. Como era Tiradentes, Dirceu? O homem, quero dizer; não o herói.
      Dirceu franziu a testa:
      — Foi soldado, minerador, mineralogista, bufarinheiro, almocreve, físico, dentista, um sujeito honesto com ele próprio, apesar de ter-se desiludido com os homens. Vivia com uma mulher, tinha uma filha, era pobre. Um idealista, um sonhador, um romântico. Tiradentes acreditava em um mundo livre, com oportunidades iguais para todos, sem distinção entre o pobre e o rico. . . porque ele próprio era pobre e sofria com os preconceitos. Foi um injustiçado que acreditava naquilo que você viu em nosso teatrinho: na paz que os gregos cantaram em seus versos. Ele acreditava nas colinas, nas flores, na natureza. Veja bem a paisagem aqui de Ouro Preto: não é cheia de paz como as paisagens da antiga Grécia? Os morros... as pedras... as ruas... o ouro... oh, o ouro!
      Os olhos de Dirceu faiscaram.
      — Joaquim José não era de família rica. O ouro extraído deste solo custou muitas vidas e era todo levado para Portugal. O Brasil, os brasileiros, todos viviam escravizados ao ouro... Os homens sempre serão escravos do ouro! Tiradentes foi um tímido, um gigante, um homem que carregou a culpa pelos pecados de muitos, sei lá. A História está aí, viva em Ouro Preto. Pergunte a ela!
      — Não! — respondeu Lília. — Na História os vultos são impessoais como as figuras de cera de museus. Prefiro perguntar a você, porque aqui em Ouro Preto os nomes têm vida, calor e... garra! Eles continuarão vivos para sempre!
      Atravessando a cidade, os dois tomaram a direção do bairro onde morava a tia Ninota — a Lapa. Dirceu explicou que ali ficava a saída para Mariana e para a mina do Chico Rei. Enquanto andavam, ele ia apontando, falando, mostrando, explicando. Era como se a história de Ouro Preto fosse a sua própria.
      — Sabe que antigamente os negros tinham uma igreja só deles?
      — Verdade? Mas se eram escravos, como tinham dinheiro para construir sua própria igreja?
      — Os negros que bateavam, isto é, que procuravam ouro, escondiam pepitas de ouro nos cabelos. À noite, ao chegarem em casa, abriam um pano, passavam as mãos no cabelo, e as pepitas caíam dentro. Com esse ouro, eles iam comprando material para erguerem a capela.
      Continuaram descendo, passaram pelas últimas casas da cidade. Para a frente, os morros. A seu pé, o córrego do Sobreira, em cujas margens cresciam folhas de plantas aquáticas verde-ervilha. Em longas hastes, os perfumados lírios brancos eram embalados pelo vento. Pouco adiante, uma ponte. Dirceu parou e olhou para a frente:
      — Está vendo aquele prédio? — apontou. — É a escola das normalistas. E aquele outro? — mostrou à direita. — O Clube Recreativo 15 de Novembro. Dizem que em um destes lugares existia uma construção imponente, de telhado avançado, sustentado por “cachorros” e com oito janelões. Era toda circundada por palmeiras. Bem ao meio, existia uma frondosa árvore: uma olaia. Havia uma gigantesca porta que desembocava em uma escada de nove degraus, mais largos na parte térrea. Era ali a Casa Grande."
---


Pensando bem, meu amor por Austen, Darcy e romances açucarados já estava definido quando me apaixonei por 
Dirceu de Marília, né?
ganymedes josé livro romance fofo marília de dirceu

Com licença, vou (re)ler esse livro fofo.
Até.



Anúncio: 40 páginas 40 é meu jeitinho de engolir celebrar meu aniversário de 40 anos. 
Divulgando esses 40 livros bacanérrimos, de maneira nenhuma quero prejudicar os autores. 
Se você, como eu, gosta do que lê, compre o livro! 
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Achei as imagens no Google. Créditos a quem postou primeiro.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Pollyanna

E o Carnaval passou...
Eu adoro Carnaval, especialmente os blocos de rua. Fizeram parte da minha infância e adolescência e agora tento fazer meu filho gostar (sem muito sucesso. Meu marido também não gosta, só me acompanhava -e se divertia- antes do nosso filho nascer.).

Para fugir da tentação de seguir qualquer bloco que passe por mim, tenho saído do Rio. Esse ano fomos novamente ao Hopi Hari em SP e... vou muito legal. Mas não como os blocos de rua da minha infância, aquilo era Carnaval!


Outra boa memória de infância é o livro de hoje 
nas minhas 40 páginas 40.

Quando minha professora de Português nos pediu para ler Pollyanna Menina para ler, torci o nariz porque tinha algumas amigas chamadas 'Poliana' e nenhuma me era particularmente querida. Era 1983, eu tinha 10 anos, era o início da quinta série (nem sei que série é essa hoje... 6º ano?) e ler um livrão desses era um suplício.

Mas advinha? Antes que a turma terminasse eu já estava na Moça...

Puxa, que viagem ao passado... O jogo do contente!


Eleanor H Porter

Capítulo IX
O que se fala do “homem”

página 40

"– Como vai o senhor? Estou contente que hoje não seja ontem, não acha?
                O homem parou bruscamente. Tinha uma expressão zangada.
                – Olha, minha menina, vamos resolver isto de uma vez por todas. Eu tenho mais no que pensar, além do tempo que faz. Nem reparo se o sol está brilhando ou não.
                Pollyanna respondeu alegremente.
                – Isso mesmo, senhor. Eu sei que não presta atenção no tempo, e é justamente por este motivo que eu digo todas as vezes como o tempo está.
                – O quê? – perguntou, olhando espantado.
                – Eu sei, é por isso que eu digo, para o senhor ficar sabendo se o sol está brilhando ou se está nublado. Eu sei que ficaria bem contente se parasse de pensar nas suas coisas. Se não repara no sol é porque não para de pensar!
                – E o que mais? – rosnou o homem com um gesto de impotência. Continuou andando, mas logo se deteve. – Escute, por que não procura alguém da sua idade para conversar?
                – Eu gostaria, senhor, mas não há ninguém da minha idade por aqui – respondeu ela. – Mas eu não me importo muito. Gosto das pessoas mais velhas, mais do que das da minha idade. Me acostumei com as senhoras da Caridade.
                – Ah, as senhoras da Caridade? E me acha parecido com elas?
                O homem tentava esboçar um sorriso, mas o resto do rosto não deixava. Pollyanna percebeu e começou a rir.
                – Ah, não, senhor. Não se parece nada com as senhoras da Caridade, mas decerto é tão bom como elas, talvez até melhor – acrescentou ela, tentando ser educada. – Tenho certeza de que é muito melhor do que parece!
                O homem engasgou com alguma coisa e só pode murmurar: – Está bem – e continuou no seu caminho.
                Da próxima vez que Pollyanna encontrou “o homem”, os olhos dele se fixaram diretamente nos dela com uma franqueza que tornou o rosto dele agradável, pensou Pollyanna.
                – Boa tarde – cumprimentou-a rigidamente. – Talvez seja melhor eu dizer que já sei que hoje o sol está brilhando.
                – Não era preciso – respondeu Pollyanna alegremente. – Eu já sabia que o senhor sabia.
                – Ah, sim, sabia?
                – Sim senhor, vi nos seus olhos e fiquei sabendo pelo seu sorriso.
                – Hum! – resmungou o homem enquanto se afastava.
                Depois disto, o homem sempre falava com Pollyanna e era ele que, frequentemente, falava primeiro, se bem que, normalmente, pouco mais do que um “Boa tarde”. No entanto, mesmo isso foi uma grande surpresa para Nancy, que estava com Pollyanna num dos dias em que eles se cruzaram.
                – Pelo amor de Deus, Miss Pollyanna! Esse homem a cumprimentou?
                – Sim, cumprimenta sempre, agora – respondeu Pollyanna com um sorriso.
                – Cumprimenta sempre! Meu Deus! Sabe quem ele é? – perguntou Nancy.
                Pollyanna ficou séria e abanou a cabeça."
---

Bom mesmo é ser criança.
Não me leve a mal, hoje ainda é Carnaval!
Vou procurar um bloco atrasado...



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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Quando Nietzsche chorou

olá,

Aqui no Rio de Janeiro, a gente tem 'moda de verão'. Dentre outras mil, já tivemos a moda do verão da lata, a moda dos tamancos de madeira, a moda da bolsa de compras do Espaço Fashion, a moda do 'Caçador de pipas' e a moda do Nietzsche.

Isso foi uma febre. Todo mundo lia esse livro, dava para vê-lo nas mãos de todos no metrô, nos ônibus... Um sucesso.

Eu fui com a maior expectativa e achei um pouco cansativo... É muito legal entrar na neura dos outros - e todos são neuróticos - mas... BTW, nem sei se 'neurose' é um termo Freudiano. O que mais me marcou foi a relação de Breuer com a esposa, como ela fica na desvantagem quando comparada com o mundo todo, com as pacientes dele... 

Sendo assim, vamos ao 28º livro das minhas 40 páginas 40



hot rio chick

Quando Nietzsche Chorou

Irvin D Yalon

capítulo III
página 40

"Subiram as escadas, passando pelo consultório de Breuer, no segundo pavimento, até o espaçoso apartamento da família, no terceiro, onde Mathilde esperava. Aos 36 anos, era uma mulher impressionante. Sua pele acetinada e corada realçava um nariz finamente esculpido, olhos cinza-azulado e bastos cabelos castanhos, que usava enrolados em uma longa trança no alto da cabeça.

Trajando uma blusa branca e um longo vestido cinza, bem justo em volta da cintura, seu talhe era gracioso, embora tivesse dado à luz ao quinto filho apenas poucos meses antes.

Apanhando o chapéu de Josef, escovou os cabelos do marido para trás, com a mão, ajudou-o a retirar o sobretudo e o entregou à serviçal, Aloisia, que chamavam de "Louis" desde que começara a trabalhar para eles, quatorze anos antes. Depois, voltou-se para Freud.

- Sigi, você está encharcado e gelado. Para dentro da banheira! Já aquecemos a água e separei algumas roupas brancas de Josef para você na prateleira. Que prático ambos terem o mesmo tamanho! Jamais consigo oferecer a mesma hospitalidade a Max. - Max, marido de sua irmã Raquel, era enorme, pesando mais de 110 quilos.

- Não se preocupe com Max - disse Breuer. - Compensarei esse problema recomendando-o aos meus pacientes. - Dirigindo-se para Freud, acrescentou: - Mandei a Max outra próstata hipertrofiada hoje. Foram quatro esta semana. Eis um campo para você!

- Não! - interveio Mathilde, pegando Freud pelo braço e levando-o para o banho. - Urologia não é coisa para o Sigi! Limpar bexigas e "canos d'água" o dia inteiro! Ele enlouqueceria em uma semana! - Parou diante da porta. - Josef, as crianças estão jantando. Vá vê-las, mas apenas por um minuto. Quero que você tire uma soneca antes do jantar. Ouvi você se mexendo a noite toda. Você quase não dormiu.

Sem proferir palavra, Breuer se dirigiu para o seu quarto; depois, mudou de ideia e resolveu ajudar Freud a encher a banheira. Ao voltar, viu Mathilde se inclinar em direção a Freud e sussurrar:

- Está vendo o que eu quis dizer, Sigi, ele quase não fala comigo!"
---



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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Em algum lugar do passado

olá,

Sessão da Tarde fez (e faz) parte da vida de muitas pessoas. São os mesmos filmes, sempre comédias românticas ou filmes de ação light como Curtindo a vida adoidado , A Lagoa azul , O bagunceiro arrumadinho , O ama-seca , Um tira da pesada , Ghost , Ghostbusters .

Um filme da Sessão da Tarde que marcou minha adolescência foi o romance através dos tempos, um amor que resiste tudo. Eras, anos, vidas... Awww... tão lindo.



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Em algum lugar do passado

Richard Matheson

17 de novembro de 1971
página 40

"Minha viagem pelo tempo?

Céus, eu pertenço à “Galeria da Noite”, não a este hotel. Sou um idiota. Este hotel não é uma ilha de ontem, mas um marco envelhecido na praia. E Elise McKenna?

Uma atriz que faleceu há dezoito anos. Sem qualquer motivo dramático. Velhice, nada mais.

Tampouco aconteceu algo de dramático a ela, aqui, há setenta e cinco anos. Ela apenas mudou de personalidade, apenas isso.

Talvez ela tenha dormido com Robinson. Ou com um mensageiro de hotel. Ou...

Ah, cale-se!

Esqueça, Collier. Abandone essa idéia, rejeite-a, enterre-a, acabe com ela. Só um imbecil seguiria em frente.

Onze e trinta e um da noite. Fui à tabacaria, depois que terminou o espetáculo de Carol Burnett. Comprei um San Diego Union e um Los Angeles Times. Sentado no saguão, li os dois, da primeira à última página, teimosamente, como o bêbado que, após longa abstinência, empanturrasse de bebida. Reabsorvi os venenos de 1971, em irado desafio pelo que sentia.

Deixei os jornais no sofá do saguão. Fui para a Sala de Descanso Vitoriana.

Bebi um bloody mary. Assinei um vale pela bebida. Levantando-me, desci para a Arcada. Entrei na Sala de Jogos e me entretive com uma partida de beisebol, um quebra-cabeça por computador, um jogo de golfe, um fliperama. A sala estava vazia, as máquinas chocalhavam e eu desejava estilhaçar cada uma delas com uma marreta.

Quando voltei para cima, passei por pessoas em traje de noite. Havia um grande evento no Salão de Bailes; convenção relâmpago sobre acidentes automobilísticos.

Senti vontade de detê-las. Seria interessante dizer a todos como alguém se sente, ao colidir de cabeça com a realidade.

Outro bloody mary na Sala de Descanso Vitoriana. Na cabine vizinha, um casal discutia. Invejei os dois; estavam vivos. Fiquei lá, sentado, drenado, estripado, deformado e esquartejado. Pedi um terceiro bloody mary. Assinei o vale; quarto 527, Richard Collier. Subi, a fim de atirar-me pela janela. Não tive coragem. Em vez disso, fiquei vendo televisão.

Nunca me sentira tão vazio na vida. Tão absolutamente sem objetivo. Quem se sente assim morre. A vontade de viver é tudo. Quando ela some, o corpo a acompanha.

Não há nada que me prenda. Como uma personagem de desenhos animados, que corre além de um penhasco mas continua se movendo a meio caminho, em pleno ar, enquanto não percebe o que houve.

Eu já percebi.

Agora começo a cair."
---


OMG... tão linda esta estória... E quando ela, velhinha, entrega o camafeu para ele na peça de teatro, logo antes de morrer?...



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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Os Maias

Olá...
O calor aqui no Rio não dá trégua. Tá fogo! Mesmo!...

Minha epopéia literária continua, agora com um clássico de Eça.
Meu pai costuma brincar que 'Eça é um devasso, um Nelson Rodrigues Português'! haha

Mas adoro esse livro. Principalmente a primeira parte... *suspiro*

segue


hot rio chick

Os Maias

Eça de Queirós
livro 1
capítulo III
página 40

"Depois da ceia, Vilaça acompanhou ainda um momento Afonso da Maia à livraria, onde, antes de recolher, ele tomava sempre à inglesa o seu conhaque e soda.

O aposento, a que as velhas estantes de pau−preto davam um ar severo, estava adormecido tepidamente, na penumbra suave, com as cortinas bem fechadas, um resto de lume na chaminé, e o globo do candeeiro pondo a sua claridade serena na mesa coberta de livros. Em baixo, os repuxos cantavam alto no silêncio da noite.

Enquanto o escudeiro rolava para o pé da poltrona de Afonso, numa mesa baixa, os cristais e as garrafas de soda, Vilaça, com as mãos nos bolsos, de pé e pensativo, olhava a brasa da acha que morria na cinza branca. Depois ergueu a cabeça, para murmurar, como ao acaso :

– Aquele rapazito é esperto...

– Quem ? o Eusebiozinho ? – disse Afonso, que se acomodava junto ao fogão, enchendo alegremente o cachimbo. – Eu tremo de o ver cá, Vilaça ! O Carlos não gosta dele, e tivemos aí um desgosto horroroso...

Foi já há meses. Havia uma procissão e o Eusebiozinho ia de anjo... As Silveiras, excelentes mulheres, coitadas, mandaram−no cá para o mostrar à viscondessa, já vestido de anjo. Pois senhores, distraímo−nos, e o Carlos, que o andava a rondar, apodera−se dele, leva−o para o sótão, e, meu caro Vilaça... Em primeiro lugar ia−o matando porque embirra com anjos... Mas o pior não foi isso. Imagine você o nosso terror, quando nos aparece o Eusebiozinho aos berros pela titi, todo desfrisado, sem uma asa, com a outra a bater−lhe os calcanhares dependurada de um barbante, a coroa de rosas enterrada até ao pescoço, e os galões de ouro, os tules, as lantejoulas, toda a vestimenta celeste em frangalhos !... Enfim, um anjo depenado e sovado... Eu ia dando cabo do Carlos.

Bebeu metade da sua soda, e passando a mão pelas barbas, acrescentou, com uma satisfação profunda :

– É levado do Diabo, Vilaça !

O administrador, sentado agora à borda de uma cadeira, esboçou uma risadinha muda ; depois ficou calado, olhando Afonso, com as mãos nos joelhos, como esquecido e vago, Ia abrir os lábios, hesitou ainda, tossiu de leve ; e continuou a seguir pensativamente as faíscas que erravam sobre as achas.

Afonso da Maia, no entanto, com as pernas estiradas para o lume, recomeçara a falar do Silveirinha.

Tinha três ou quatro meses mais que Carlos, mas estava enfezado, estiolado, por uma educação à portuguesa : daquela idade ainda dormia no choco com as criadas, nunca o lavavam para o não constiparem, andava couraçado de rolos de flanelas ! Passava os dias nas saias da titi a decorar versos, paginas inteiras do Catecismo de Perseverança. Ele por curiosidade um dia abrira este livreco e vira lá 'que, o Sol é que anda em volta da Terra (como antes de Galileu), e que Nosso Senhor todas as manhãs dá as ordens ao Sol, para onde há−de ir e onde há−de parar, etc., etc.' E assim lhe estavam arranjando uma almazinha de bacharel...

Vilaça teve outra risadinha silenciosa. Depois, como subitamente decidido, ergueu−se, fez estalar os dedos, disse estas palavras :

– Vossa Excelência sabe que apareceu a Monforte ?

Afonso, sem mover a cabeça, reclinado para as costas da poltrona, perguntou tranquilamente, envolvido
no fumo do cachimbo :

– Em Lisboa ?"
---


Ah, como essa família me seduz...
hot rio chick eça de queiroz 40 páginas 40





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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Poirot salva o criminoso

Olá! O sol arde aqui no Rio.
Tá fogo!... Mesmo.

Estou de volta às origens, animada com os romances policiais. E isso pede: Agatha Christie! Na minha faze devoradora de ACs, eu li esse como 'Cipreste triste', nessa edição de banca de jornal mesmo. Ah... minha prá-adolescência!...

Vamos lá?


hot rio chick 40 paginas 40

Poirot salva o criminoso

Agatha Christie

Capítulo sexto
página 40

"Carta da enfermeira O'Brien para a enfermeira Hopkins, a 14 de Julho:

Laborough Court 
Cara colega Hopkins:

- Há dias que tenciono escrever-lhe. Esta residência é encantadora e as gravuras nela bastante famosas, mas não posso dizer que seja tão confortável como Hunterbury, não sei se me entende. Como fica em pleno campo é difícil conseguir criadas e as que cá estão são raparigas inexperientes e algumas pouco prestáveis. Embora eu tenha a certeza de que não sou pessoa que dê trabalho, as refeições que trazem numa bandeja poderiam ao menos ser quentes: 'ambém não há facilidade de ferver água, e o chá nem sempre é feito com água a ferver! Mas enfim tudo isso é suportável! O doente um homem calmo e simpático - uma pneumonia dupla, mas a crise passou e o médico diz que está a melhorar.

O que tenho a dizer-lhe, que lhe interessa com certeza, é a coincidência mais fantástica que possa imaginar. Na sala cá de casa, sobre o enorme piano, há uma fotografia numa moldura grande de prata, e calcule que é a mesma fotografia de que lhe falei - aquela assinada Lewis que a Srª Welman me pediu. É claro que fiquei intrigada - quem não ficaria? Perguntei ao mordomo quem era, e ele respondeu imediatamente que era o irmão de Lady Rattery-- Sir Lewis Rycroft. Parece que vivia perto daqui - e morreu na guerra.

É triste, não acha? Perguntei casualmente se era casado e o mordomo disse que sim, mas que Lady Rycroft tinha sido internada num manicômio pouco tempo depois do casamento. Ainda é viva, segundo me disse. Não é interessante isto? Estávamos enganadas em todas as nossas hipóteses. Devem ter gostado muito um do outro, ele e a Srª Welman e não puderam casar por causa da mulher estar no manicômio.

Tal e qual como nos filmes, não acha? E ela viveu de recordações todos estes anos e contemplou a fotografia dele pouco antes de morrer.

Ele morreu em 1917 disse o mordomo. Um verdadeiro romance, acho eu.

Já viu o novo filme da Myrna Loy? Soube que corria aí em Maidensfold esta semana. Aqui não há sequer cinemas perto! É terrível estar desterrada no campo. Não admira que não arranjem criadas em termos! Bem, adeus por hoje, escreva e conte-me todas as novidades.

Sua afectuosamente Eiken O'Brien 

Carta da enfermeira Hopkins para a enfermefra O'Brien a 14 de Julho: 

Chalé Rosa 
Querida colega O'Brien:

- Por aqui vai tudo como o costume.
Hunterbuy está sem ninguém - os criados foram-se todos embora e está lá uma placa que diz: 'Vende-se'. Outro dia vi a srª Bishop que vive agora em casa de uma irmã a um quilômetro daqui. Como se pode calcular ficou muito impressionada quando soube que a propriedade ia ser vendida. Parece que para ela era coisa assente que Miss Carlisle casaria com o sr. Welman e viveriam ali. Mas diz que o noivado se desfez! Miss Carlisle partiu para Londres logo depois de você se ter ido embora. De vez em quando a atitude dela era muito estranha. Eu não sabia verdadeiramente o que havia de pensar! Mary Gerrard partiu para Londres e está a começar a praticar para massagista. Acho que fez muito bem. Miss Carlisle vai entregar-lhe duas mil libras o que acho muito simpático da parte dela e um procedimento pouco vulgar."
---

Cartas... cartas...
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Desde os feriados de fim de ano, eu também tenho trabalhado em um romance baseado em cartas. Reais.

Digo, vindas da realeza.

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Mmmm... estória nova na área.


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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A Abadia de Northanger

oi,
Chove muito lá fora, o Rio está quase submerso. Só faltam os escafandristas
hot rio chick
Sr Noé é nosso melhor candidato a prefeito.

Todo ano é isso: Dezembro de dias horrivelmente quentes e pés d´água. Mas estamos vivendo um BIG FOOT d´água. 

Ontem estava quente-tipo-suando-no-óculos-escuro, então calaro que ia chover... mas choveu por mais de 12hs... A cidade não aguenta isso, não...

Adriana Calcanhoto canta tão bonitinho... Nóis num gosta mermo...

Sabe como é, chuva a gente fica deprê. Então, que venha a fofa Ms Morland!

A página 40 de hoje: Ms Jane Austen e sua aventura gótica, com um gostinho de Tilney. (Yummy.)



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A ABADIA DE NORTHANGER

Jane Austen

Capítulo 12
página 40

"A mente de Catherine se tranquilizou muito com esta informação, ainda que algo de preocupação permanecesse, o que suscitou a seguinte pergunta, totalmente inocente em si mesma, embora bem incômoda ao cavalheiro: “Mas, senhor Tilney, por que você está menos generoso que sua irmã? Se ela sentia tanta confiança em minhas boas intenções, e pôde supor que tudo fosse apenas um erro, por que você está tão disposto a tomar como ofensa?”

“Eu! Tomar como ofensa!”


“Ah, estou certa pelo seu olhar, quando chegou à cabine, de que você estava bravo”.


“Eu, bravo? Eu não tinha direito”.


“Bem, ninguém teria pensado que você não tinha direito se vissem seu rosto”. Ele replicou ao pedir a ela que lhe desse lugar, e conversaram sobre a peça. 


Ele permaneceu com elas por algum tempo e foi somente agradável com Catherine, para que ela se contentasse, quando fosse embora. Antes de se despedirem, porém, concordaram que

o passeio programado deveria ocorrer o mais rápido possível. E, deixando de lado a tristeza por
ele deixar sua cabine, ela foi, no geral, deixada como uma das mais felizes criaturas no mundo.
Enquanto conversavam, ela observou, com alguma surpresa, que John Thorpe, que nunca ficava na mesma parte da casa por dez minutos, estava ocupado em conversar com o general Tilney, e ela sentiu algo mais do que surpresa quando pensou que pudesse ser objeto da atenção e do assunto deles. O que eles poderiam ter a dizer sobre ela? Ela temeu que o general Tilney não gostasse de sua aparência. Ela descobriu que isso estava implícito no fato de ele evitar que visse sua filha, em vez de adiar sua própria caminhada por poucos minutos. “Como o senhor Thorpe conhece seu pai?”, foi sua ansiosa pergunta, enquanto ela os apontava ao seu companheiro. Ele nada sabia sobre isso; mas seu pai, como todo militar, tinha muitos relacionamentos.

Quando a diversão terminou, Thorpe foi ajudá-las a sair. Catherine foi o objeto imediato de seu galanteio e, enquanto aguardavam na recepção por um assento, ele evitou a pergunta que viajou do coração até a ponta da língua dela, ao questionar, de modo cauteloso, que ela o viu falar com o general Tilney: “Ele é um ótimo senhor, pela minha alma! Robusto, ativo, parece ser tão jovem quanto seu filho. Tenho muita consideração por ele, eu lhe asseguro. Um cavalheiro e um bom tipo de gente como nunca existiu”.


“Mas como você veio a conhecê-lo?”


“Conhecê-lo! Há bem poucas pessoas na cidade que não conheço. Sempre o encontro em Bedford e o reconheci novamente assim que ele entrou na sala de bilhar. Um dos melhores jogadores que temos, a propósito. E tivemos pouco contato juntos, embora eu quase o temesse, no início. As chances eram de cinco a quatro contra mim, e se eu não tivesse feito uma das melhores tacadas talvez já feitas neste mundo – pois acertei exatamente sua bola, mas eu não poderia fazer você compreender sem uma mesa – eu teria sido derrotado. Um sujeito muito bom. Tão rico quanto um judeu. Gostaria de jantar com ele. Ouso dizer que ele dá ótimos jantares. Mas sobre o que você acha que estávamos falando? De você. Sim, pelos céus! E o general acha que você é a melhor garota em Bath”.


“Oh! Besteira! Como você pode dizer isso?”


“E o que você acha que eu disse?” – abaixando sua voz – “muito bem, general, eu disse; estou de acordo com você”.


Aqui, Catherine, que estava muito menos satisfeita com sua admiração do que com a do general Tilney, não lamentou ser chamada pelo senhor Allen. 


Thorpe, porém, iria somente vê-la

em sua cadeira e, até que ela entrasse, continuou com o mesmo tipo de delicada bajulação, apesar de ela lhe pedir que parasse.

Era muito prazeroso saber que o general Tilney a admirava, ao invés de detestá-la, e ela alegremente pensou que não havia ninguém mais na família a quem ela devesse temer encontrar.


A noite fez mais, muito mais, por ela do que esperava. 
"


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E assim começa a aventura...

hot rio chick never fear, smith is here


Não sei se você já curtiu HOT RIO CHICK no Facebook, mas se não perdeu vários posts de trabalhos manuais para dias chuvosos quando falta saco, como hj. Vou dar uma colher de chá e postar aqui o MOLDE DE ESTAMPAR CANECA da Abadia, ok?


abadia northanger jane austen
basta levar numa loja de estampa de camisas/caneca, ou imprimir em transfer você mesmo.



Já entrou no SORTEIO DE NATAL?

christmas giveaway




Anúncio: 40 páginas 40 é meu jeitinho de engolir celebratr meu aniversário de 40 anos que está dobrando a esquina. 
Divulgando esses 40 livros bacanérrimos, de maneira nenhuma quero prejudicar os autores. 
Se você, como eu, gosta do que lê, compra o livro! 
Todos os 40 livros estão listados aqui na barra lateral. ►
Achei as imagens no Google. Créditos a quem postou primeiro.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Sorteio de Natal

Olá,

Todo ano participo de um grupo fofo de Darcy friends que trocam cartões de Natal. As vinte e tantas cartas seguem pelos cinco continentes desejando felicidades Austenianas para o ano novo. Olha o que já recebi da Argentina e do EUA.

roupa de caneca sorteio

Geralmente eu mando um cartão de papelaria que apesar de ter uma mensagem escrita à mão não é nem de perto tão fofo quanto o que recebo do mundo...

Então, esse ano EU FIZ uma lembrancinha para todas! São mug warmers ou roupa de caneca: um rótulo delicado bordado e pintado à mão (tsk, tsk) e feito de coração.



mug warmer giveaway

Fiquei bem satisfeita com o meu esforço e pensei em fazer um sorteio dando uma com o perfil da Jane Austen. Quer?

sorteio roupa de caneca

A fofa Nat do Cantinho Literário organizou tudo então... Entra!



Regulamento:

-o sorteio será feito pelo Raffle
-O vencedor terá 48 para enviar os dados para o e-mail natalcantarachagas@yahoo.com.br. Caso contrário, um novo sorteio será feito.
-Não é válida a participação de perfis falsos e/ou promocionais, gerando desclassificação automática de todas as entradas.
-O resultado sairá no dia 24 de dezembro de 2013 nos blogs participantes.

Boa sorte! E Feliz Natal!!!!!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Orgulho e Preconceito

Olá!
Ontem tivemos um ótimo Darcy encontro.
Fizemos um almoço chiquinho, cada uma levou um gostosura, chá com bolo, surpresa... foi ótimo!



jasbra rj grupo de leitura
Bolo delicioso com o perfil de Ms Austen, chá e vinho frisante


acessório época regência mulheres Jane Austen
A 'surpresa' era o kit de acessórios de uma lady da época da Regência Inglesa
para acompanhar o bonnet que fizemos no encontro passado

jasbra rj réplica anel antigo
Mas o must foi a réplica do anel de Jane Austen que foi leiloado...

E para não fugir do clima, na minha série de 40 páginas 40 comemorando meu apocalipse aniversário daqui a algumas semanas, segue meu querido Mr. Darcy num momento zero paciência para Ms Bingley (quem tem?), e a querida Lizzy prestes a debochar deles.


hot rio chick 40 páginas 40

ORGULHO E PRECONCEITO

Jane Austen
com tradução de Lucio Cardoso

pag 40
CAPÍTULO X

"O dia decorreu quase exatamente como o anterior. Mrs. Hurst e Miss Bingley passaram algumas horas da manhã com a enferma, que, embora lentamente, continuava a melhorar. E à noite Elizabeth veio reunir-se ao grupo na sala de estar. Nesse dia, porém, não houve mesa de 100. Mr. Darcy estava escrevendo, e Miss Bingley, sentada a seu lado, observava os progressos da carta que ele escrevia, desviando continuamente a sua atenção com as observações que transmitia para a irmã. Mr. Hurst e Mr. Bingley estavam jogando piquet, e Mrs. Hurst observava o jogo.

Elizabeth fazia um trabalho de agulha; divertia-se com o que se estava passando entre Darcy e a sua companheira. Os contínuos elogios da moça a respeito da letra, da igualdade das linhas, ou do comprimento da carta, em contraste com a perfeita indiferença com que o outro os recebia, formavam um curioso diálogo, confirmando exatamente a opinião que Elizabeth tinha a respeito de ambos.

— Miss Darcy vai ficar encantada com a carta! 

Ele não respondeu.

— O senhor escreve muito depressa!

— Está enganada, escrevo até devagar.

— Quantas cartas o senhor não escreverá por ano! Cartas de negócios também. Penso que deve ser odioso escrevê-las!

— Felizmente para você, é a mim que incumbe escrevê-las.

— Não se esqueça de dizer à sua irmã que eu tenho muitas saudades dela.

— Já o disse uma vez, a seu pedido.

— Acho que o senhor não está gostando da sua pena. Deixe-me apará-la. Eu sei aparar penas muito bem.

— Obrigado. Mas eu sempre aparo as minhas próprias penas.

— Como consegue escrever tão regularmente? 

Darcy ficou em silêncio.

— Diga à sua irmã que estou radiante de saber que ela tem feito progressos na harpa. Escreva-lhe também que fiquei encantada com o lindíssimo desenho que fez para uma mesa e que o acho infinitamente superior ao de Miss Grantley."

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Miss Grantley quem?





Disclaimer: 40 pages 40 is my way to come to terms with celebrate my upcoming 40th birthday. By promoting 40 awesome books I like in no way I intend to dupe the original authors. If you, as me, like what you read, buy them! 
All 40 books can be found on the right side bar. ►
All images found on Google. Kudos to the original poster.

domingo, 3 de novembro de 2013

13 anos de ansiedade

olá...

Estou aqui ainda curtindo a onda de ter estado no TOP 15 da Amazon com o meu novo livro 'Image or Likeness'. No fim de semana passado, como promoção de lançamento ele ficou free e alcançou #14 de Kindle>free>erotica o que é um feito e tanto.

hot rio chick moira bianchi erotica
domingo passado! Uau!

45 days in Europe with Mr DarcyMas além disso, acabei a revisão de '45 days in Europe with Mr. Darcy' para manter minha previsão de publicação para Dezembro (só 4 semanas...).

E ainda mais... minha sobrinha de 13 anos passou o fim de semana conosco para ir ao show de Justin Bieber na Apoteose. Caramba! Tinha me esquecido como é alto o nível de ansiedade da adolescência!

O show será às 19:00hs de domingo, portões abrem às 15:00hs, ela comprou pista premium (inacreditáveis R$ 300,00 MEIA entrada, R$ 600,00 inteira) e ainda assim, as amigas estão acampadas em volta do Sambódromo desde sábado pela manhã. 

Minha sobrinha torrou a bateria de seu Iphone duas vezes ontem twittando, postando no facebook, telefonando, torpedeando quem estava na fila marcando lugar. Às 13:00hs passamos na fila já tinha umas 200 pessoas (na fila para pista premium) e mais que isso na fila para pista normal.

Não importa quantas vezes explicássemos, ela não aceitou que uma vez os portões abertos a fila não iria servir de nada, seria um estouro de boiada. Aos 13, até estouro de boiada é bacana... Né?

adolescentesNos meus 13 eu teria enfrentado fila e teria me arrumado para o show às 7:30 como ela fez para ver o Menudo. Mas ninguém quis me levar e fiquei deprimida por semanas. Ansiosamente esperei a edição seguinte de Capricho e Contigo para ler como tinha sido o show. A época pré internet era tenebrosa...

Agora minha sobrinha que já tem minha altura e calça mais que eu está na fila sob o sol escaldante desse Rio 40° esperando para ouvir o cara fazer playback de 17 + 2 músicas (se não jogarem garrafa d'água nele). Isso dá a bagatela de R$ 15,80 a 31,60 por música que ela já tem no cd, dvd, iPod, computador, Youtube e tal.

Mas estar no Sambódromo para ver um mega show pela primeira vez não tem preço, né?


Tarde!...