olá, Feliz Natal! Estava dibob navegando pelo Instagram e não resisti a todas as fotos da iluminação festiva da Regent Street. Olha que maravilha!
time out
Ela é endereço de Pauline e Kin em Eclipse do Coração. Herdeiro de pequena propriedade e comerciante - leiloeiro, na cidade de Londres Wellesley Hopkin somente pode arcar com os custos de um apartamento elegante. Aqueles casarões e mansões eram para os ricos aristocratas e nobres pois contavam com muitos criados, cocheiras, compras de insumos...
olha como as fachadas ainda são históricas. Coisa linda, né? foto de timeout
A Regent Street era endereço muito badalado na Era Vitoriana, endereço das melhores lojas de varejo frequentado pela melhor clientela da capital do reino.
a rua no meio do séc XIX - istock
O projeto de uma rua larga como os bonitos boulevards parisienses nasceu na primeira década do sec XIX com o intuito de arrumar a bagunça Londrina separando os ricos e nobres de Mayfair dos pobres trabalhadores de Soho.
Um momento para a curisiodade:
Soho x SoHo
gay teen
Em Nova York, largamente influenciada pela Ton Londrina Vitoriana, SoHo tem 'H' maiúsculo porque é um acrônimo para 'South of Houston Street' (sul da rua Houston, que lá se fala 'rauston', cuidado para não pronunciar 'riuston'), mas a denominação é contemporânea, do século XX.
Parte dos Cupidos em Devon vai perambular pela Houston, Canal Street...
Vem muita coisa boa por aí...
Em Londres, de onde provavelmente se inspirou a sigla, Soho é com 'h' minúsculo pois vem de um grito de animação que o Duque de Monmouth usava no século XVII durante caçadas(segundo a wiki).
De volta à história...
O Príncipe Regente, aquele para quem Jane Austen dedicou Emma com muita má vontade, juntou a fome com a vontade de comer - coisa que o fazia famoso. Glutão, beberrão, dado a festas e orgias... Um playboy daqueles! Então, o Príncipe usou a necessidade de limpar a cidade de Londres, o projeto do arquiteto famoso John Nash e o desejo de boa parte da aristocracia de erguer uma divisão física entre o bonito e o feio e mandou rasgar uma rua larga ligando o Regent's Park à Carlton House, então casa do próprio Príncipe em Londres.
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Ele ficou animadíssimo com o projeto, dizia que ia fazer inveja a Napoleão. Tinha obsessão com o Francês, até arrematou uma mesinha entalhada como espólio de guerra só porque foi de Nap.
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Claro, uma empreitada dessas demora. Desapropriações, impedimentos, a linha reta virou uma curva e em quase dez anos de negociações e construções, o Príncipe Regente virou Rei George IV e com isso, passou a morar em Buckingham. Sua casa na cidade, a Carlton House em Pall Mall perdeu a função e ele mandou demolir!
E a rua que era construída para ligar essa casa ao (seu) parque?
Oras, ficou pronta...
E bacana.
Mas a função principal foi perdida.
Nash, o arquiteto, fez um projeto tão bacana que no meio da rua - chamada Quadrant - foram criadas colunatas para sustentar marquises bem amplas protegendo as calçadas confortáveis. Advinha para que? Para que as pessoas pudessem passear independente das intempéries. Era shopping center!
a rua no início do séc XIX - wiki
Mas, como nem tudo sai como o planejado, lá pela metade do século, com o desenvolvimento da revolução industrial, as ferrovias, e explosão demográfica e a pobreza, a prostituição ganhou força e as working girls faziam ponto sob as colunatas after hours. Nessa época foram demolidas e para revitalizar a área reforçando a natureza fashionista das lojas, elas passaram a funcionar até as 19hs.
Até hoje é ponto de comércio de alto nível, recheado de flagship stores totalmente protegido pelo patrimônio histórico. A loja da Apple, por exemplo, ainda tem os mosaicos de vidro Murano da loja original, Salvati.
salvati architectural mosaic database
Rua Paysandu é Regent Street carioca
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Sabia? Com o dote do casamento, Conde d'Eu comprou um castelo para morar com sua família - e se distanciar da parentada da esposa dizem as fofocas. A rua foi aberta em 1865 para que a casa da Princesa Isabel e Conde d'Eu tivesse acesso direto ao mar. D Pedro II mandou rasgar a cidade e ladear de palmeiras imperiais que resistem até hoje - claro, muitas replantadas.
Devo dizer que a rua é meu sonho de consumo.
mlivre
Hoje a casa dos pombinhos Isabel e d'Eu é sede do governo do estado. E o caminho, rua nobre, Paissandu ou Payssandú tem esse nome porque foi nesse ano que o Brasil ganhou uma batalha no Uruguai nesta província.
Morando nas imediações de Regent Street
A Regent Street é como um paredão de prédios interligados, recurso comum da arquitetura da época, de forma que era realmente uma barreira dividindo a cidade.
amazon
Quando Devon conhece os Hopkins - Pauline e Kin - eles moram do lado do Soho - o que deixava claro que não eram aristocráticos. Podiam ter algum dinheiro, mas as origens eram um tanto humildes.
Para bom entendedor, meia palavra basta...
royalt parade em regent street - period paper
A classe média crescia, com isso a cidade precisou acomodar essa nova demanda de pessoas com poder aquisitivo, mas sem raízes profundas. Quem era rico de maré-de-si tinha mansões em Mayfair e até em Kensington, área rural à época de Eclipse do Coração, povoava as praças elegantes como Cavendish e Grosvenor. No caso dos Hopkins, escolhi uma moradia que começava a popularizar na época, a divisão de uma mansão em apartamentos independentes para abrigar várias famílias abastadas. O apartamento deles era bom, vários cômodos, mas muito menor que a mansão Devon de Londres. No entanto, nesses apartamentos de terraces e mansion blocks, havia unidades de 2.000m²! Que maravilha!
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Em Regent street havia essa ocupação em alguns dos endereços e principalmente no parque do final da rua que ocupou a área da Carlton House.
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Os Carlton Terrace, Cumberland Terrace e Chester Terrace eram casas de alta classe que pela fachada pareciam ser uma única mansão, mas por dentro eram divididas.
Carlton house terrace - wiki
plnta de CINCO apartamentos/unidades - british history
Nem por isso havia menos luxo. Grandes escadarias, cômodos para receber visitas, quartos íntimos e de serviço para a criadagem e até, em alguns casos, cocheiras coletivas.
Podia-se manter cavalos e carruagens ou usar de aluguel, como hoje. Uber do século XIX, por assim dizer. Mas, para se ter status, tinha-se que ter seu próprio carro, digo, carruagem.
Um dia falamos de tipos de carruagens, que tal?
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O terrace mais famoso é o Albany dedicado a homens solteiros da aristocracia. Pensou: ah, olha só! Devia rolar de um tudo ali, hein?... É isso mesmo, tem vários livros que mencionam a vida em Albany. Dickens, Doyle, cada coisa!
wiki
Teremos um cavalheiro muito distinto dos Cupidos em Devon que fará uma temporada em Albany devido a reviravoltas na vida... Aguarde... Enfim, estamos no Natal e ver a Regent Street me fez pensar em tudo isso sobre o lugar...
já ouviu falar em Krampus, o diabinho de Natal? Se comportou bem nesse ano? tsk, tsk!... flashback
Acho que vou voltar para os Cupidos e terminar a revisão do último volume composto...
Dá uma saudade das amizades que a gente faz na vida, né?
olá, a página mara 'ADAPTAÇÕES DE JANE AUSTEN' está fazendo um sorteio bacaninha de Final de Ano e o prêmio é um ebook do 45 dias na Europa com Sr. Darcy!
Olá, Faz tempo que não faço lista para Papai Noel, mas esse ano vou fazer só para pedir uma casa de bonecas vitoriana! Ah, olha só que coisa mais maravilhinda!
Achei primeiro nesse blog aqui porque andei arrumando minha pesquisas pós-draft - sempre que acabo de escrever um livro (primeira versão chamada draft), tento organizar minhas muitas pesquisas para -se for o caso- usar depois, verificar, tirar dúvidas, confirmar datas, etc, etc. Daí, arruma aqui, arruma ali, me dei nisso!
achei tantas casas de bonecas vitorianas para comprar, que vou linkar todas!
amay e não consegui escolher qual gostei mais!
Entre todos os brinquedos inventados para a diversão das crianças, as casas de bonecas sempre exercem fascinação especial pela semelhança com a vida real. Mentes imaginativas podem acreditar ou recriar a identidade positiva de toda a família. Nos séculos passados, a manutenção de bonecas e bonecas tornou-se parte da educação domiciliar das meninas. Algumas casas de bonecas vitorianas, em especial, tinham mais que quatro cômodos, consistiam de três andares. No térreo, a cozinha e a sala de jantar decoradas com mobília primorosa, com o saguão intermediário e a escada que levava ao topo, uma porta de cada lado que levava a sala de visitas, uma sala muito grande se abrindo para outra, que era a sala de jogos das crianças, e pela qual passava a escada. No andar de cima havia uma passagem estreita em que a escada terminava. O quarto da mãe com uma porta que dava para o berçário, que era outra sala de grandes dimensões. E em muitas ainda havia cômodos de criadagem abaixo do andar social!
Vidinha de criança Vitoriana de Classe média
A rotina de uma casa comum era bastante regular. As crianças eram sempre colocadas na cama para dormir cedo; portanto, precisavam ser levantadas e vestidas cedo todos os dias. O café da manhã era servido e imediatamente depois, a mãe as visitava e elas estavam prontas para as aulas com tutores e preceptoras. Depois das lições – no ‘berçário’ (quarto das crianças) ou na biblioteca com uso das estantes de livros ou consolo da lareira; havia pausa para refeição. Então, aulas de novo, a menos que fosse quarta-feira ou sábado – no caso das crianças Devon-, quando eles tinham sempre algo a fazer – visita de uma amiga para o chá de uma casa de bonecas vizinha para as meninas, ronda nos meeiros com o pai para os meninos, ou algo desse tipo. Depois das aulas da tarde, eles eram preparados para o jantar. Então as crianças eram despidas e banhadas e roupas trocadas, comiam em companhia das babás e preceptoras. A mãe lhes visitava para desejar-lhes boa noite ou as crianças eram conduzidas até a antessala do jantar dos adultos para desejar boa noite a todos. Aos mais velhos era permitido ficar em companhia do pai e da mãe para música e cartas na sala de visitas até a hora de dormir. Uma feliz proprietária da casa de bonecas vitoriana brincava recriando essa rotina esperando que, quando adulta, tivesse vida tão regular quanto a de sua mãe.
essa era da rainha Victoria, atualmente em exposição em Kensington onde ela passou a infância
essas são algumas das bonecas que ela, a então princesa Victoria, fazia com ajuda da governess
Queen’s Dolls house
A Queen's Dolls House, no Castelo de Windsor, é uma das maiores, mais belas e mais famosas casas de bonecas do mundo. Um loosho! É uma réplica perfeita em miniatura de um lar aristocrático construída para a rainha Mary, avó paterna da Rainha Elizabeth II, bisavó do Príncipe Charles, tataravó de William e Harry, tetravó de George, Charlotte e Louis. A casinha, ou casona, foi feita pelo arquiteto britânico Sir Edwin Lutyens entre 1921 e 1924 e inclui contribuições de mais de 1.500 dos melhores artistas, artesãos e fabricantes do início do século XX.
Tem de tudo: a vida da criadagem ‘abaixo das escadas’, a alta sociedade do salão e da sala de jantar, uma biblioteca repleta de obras originais dos principais nomes literários da época, uma adega totalmente abastecida e um jardim criado por Gertrude Jekyll. A ideia de uma casa de bonecas veio da Princesa Marie Louise, neta da Rainha Vitória, como um presente para a Rainha Mary em reconhecimento de sua presença constante durante a Primeira Guerra Mundial. Rapidamente assumiu a importância nacional como um esforço emblemático para a inovação britânica e como um símbolo da renovação britânica do pós-guerra. A visão de Lutyens era capturar a vida em uma residência real em todos os seus detalhes reforçando o sentimento de nacionalismo, de home sweet home destruído com os horrores da guerra. Importantes industriais, fabricantes e artistas, muitos dos quais ainda hoje são nomes familiares, estavam ansiosos por se associar ao projeto único. Berry Bros de St James enviou dedais de champanhes, vinhos, destilados e cervejas para encher cada pequena garrafa, Rudyard Kipling, Thomas Hardy e A.A. Milne produziram obras originais escritas à mão para a biblioteca - Sir Arthur Conan Doyle criou uma história de Sherlock Holmes - How Watson Learned the Trick, especialmente para a Dolls ’House. Que lindeza!!! James Purdey & Sons doaram réplicas funcionais das armas do Rei George V, completas com estojo de couro e uma revista de 100 minúsculos cartuchos. E ainda tem uma limusine Daimler, Rolls Royce e um landaulet de sete assentos Silver Ghost de 1923 ostentando a supremacia da fabricação de motores britânicos na década de 1920.
Em toda a Casa das Bonecas, há lembretes de que esta não é uma residência qualquer. No salão, dois tronos prateados medindo uma polegada de altura se sentam lado a lado; a sala de jantar é decorada com arandelas de parede de prata, réplicas em miniatura das do Castelo de Windsor; e uma coleção de caixas de despacho de couro vermelho e verde, cada uma em relevo em ouro com a cifra real e "THE KING", adicionam a gravidade real à biblioteca. Existe até uma sala totalmente operacional para segurar as jóias da coroa - pesando 1 ½ libras, em vez de 1 ½ toneladas. Retratos reais incluem uma cópia da pintura de Winterbergter de 1846 da Rainha Vitória, o príncipe Albert e seus filhos, e retratos contemporâneos do jovem príncipe de Gales, Rei George V e Rainha Mary.
Os quartos domésticos e os quartos abaixo das escadas receberam tanta atenção quanto os grandes quartos acima. Na cozinha, 2.500 minúsculos pedaços de carvalho recriam um piso de madeira, uma chaleira de cobre feita de uma moeda de centavo King George V, com a cabeça do rei na base, no fogão e três ratos de marfim em uma ratoeira humanitária. estão sempre sob o olhar de um gato de cerâmica. Todos os detalhes da vida doméstica estão incluídos, desde papel higiênico, flocos Lux e Sunlight Soap, até uma lata de mostarda Coleman e uma garrafa de Lea e Perrins Worcestershire Sauce. Nos aposentos, os penicos podem ser vistos debaixo de cada cama, as prensas das calças aguardam o uso nos quartos dos homens, e o material de leitura está à disposição dos criados. Em uma carta de agradecimento a todos os envolvidos, rainha Mary descreveu a Casa dos Bonecos como "o presente mais perfeito que qualquer um poderia receber". Em 1924, a Casa das Bonecas foi exposta em Wembley Park como parte da Exposição do Império Britânico de Artes e Manufatura, onde foi vista por 1.617.556 pessoas que primeira vez puderam ter uma visão inigualável dos aspectos íntimos da vida familiar o que aproximou a família real dos súditos. No ano seguinte, a Casa das Bonecas foi colocada em exposição permanente no Castelo de Windsor, em uma sala especialmente projetada por Lutyens, onde permanece até hoje. Morreu? Morre não, visita aqui!
Mas essa não dá pra pedir ao Papai Noel, né?...
Tenho simancol.
Daí achei outra coisa: um livro como a Casa da Ninoca que meu filho tinha quando pequeno e amava!
Aliás, tenho várias opções indie e por editora - a pré-venda do Gatas&Ciladas está com desconto!!- se você estiver procurando presente para alguém especial! Hihi. Momento jabá. Passou. Toda essa busca por Casas de Bonecas me levou a finalmente assistir a 'The miniasturist'... Era uma das séries que vinha guardando para dias chuvosos ou longos invernos de deprê. O livro onde a série se baseia é esse.
Quando comecei, pensei: 'Ih, eita! Mais um Colina escarlate? Posso não!' Por causa do irmão esquisito com noiva novinha e irmã estranha sempre de mau humor. Mas ó... tots diferente. E a casa de bonecas que a Petronella ganha... Um mimo!
E o mistério das peças de mobília... Nem te conto. Recomendo.
sinopse: Petronella (Nella) Oortman, uma pobre garota de 18 anos do
interior holandês, chega à casa Golden Bend, em Amsterdã, do rico comerciante
Johannes Brandt, que se casou com ela um mês antes. Na casa de segredos ela
conhece a irmã asceta de Brandt, Marin, os criados Cornelia e Otto. Brandt,que a
trata mais como uma amiga do que como uma esposa, dá a ela de presente de
casamento uma casa de bonecas imitando a que eles vivem com seus nove cômodos
em miniatura, e ela contrata os serviços de um miniaturista local para
adicionar móveis realistas. A miniaturista, a quem ela nunca conhece, começa a
enviar seus bonecos e móveis que são incrivelmente precisos e até parecem
prever o futuro. Como uma teia de perigo gradualmente enlaça os personagens,
Nella se pergunta se o destino de todos está nas mãos do miniaturista. Legal, né? E sabe do que? Petronella existiu! Mas o livro e a série não são autobiográficos. O que significa...
A casa de bonecas existe!!!!
Está no Rijksmuseum de Amsterdam, eu vi quando estive lá. Bicho, é o ó de lindeza e maravilhidade!!
pintura da casa feita em 1710
Petronella Oortman, a original, era uma viúva rica quando se casou com o comerciante
de seda Johannes Brandt, com quem viveu em Warmoesstraat em Amsterdã. Como
outras mulheres ricas em Amsterdã, ela construiu uma casa de bonecas para ela,
que fez curadoria entre 1686 e 1710, decorando-a com materiais e miniaturas
caras. Naquela época, os senhores freqüentemente possuíam "gabinetes de
curiosidades" para armazenar coleções de vários objetos que haviam
adquirido em suas vidas e viagens: na verdade, esse gabinete pode ser visto na
pequena sala de recepção (que também ficava como funerária) na parte inferior. Na
Amsterdã da Era Dourada Holandesa, suas esposas ricas criavam bonecas como
símbolos de status.
A casa de bonecas contém nove quartos, mas apenas algumas
das bonecas restaram como a criança no berçário. Também estão faltando as
roupas de bonecas, que ainda eram visíveis em uma fotografia dos anos 1950. Willem
Frederiksz van Royen pintou um mural na sala de jogos e Johannes Voorhout
decorou a sala de tapeçaria. [Objetos de porcelana foram encomendados da China.
Há vários relatos de que Pedro, o Grande; o imperador russo,
tentou comprar a casa de bonecas quando ficou com a família Van Brant por alguns
dias durante sua segunda visita à Holanda, mas saiu, supostamente depois que tiveram
uma desavença sobre o preço.
E as Petronellas da Holanda gostavam mesmo era das casas de bonecas!
Outra, a Petronella de la Court foi uma colecionadora de arte holandesa
no século XVII. Ela se casou com seu primo, o comerciante de seda Adam
Oortmans, em 24-8-1649 em Leiden, e eles tiveram 10 filhos juntos e tiveram uma
cervejaria em Amsterdã. Viva la vida loka, né?! Ela, porém, é mais conhecida
por sua casa de bonecas, atualmente na coleção do Museu Centraal, em Utrecht.
Hoje o Google traz essa lindeza de surpresa no doodle especial:
Clicando achamos uma lindeza ainda maior.
google doodle do 98º aniversário de Clarice Lispector - 10-12-18
Clarice, claro. Sempre.
Macabeia, fatalidade e crueldade da vida corriqueira...
Na pele de Tereza Quadros, Helen Palmer e Ilka Soares com as colunas inspiradíssimas e cartas respondidas, tema tão atual para mim que vivo enfurnada nos meandros dos manuais Vitorianos de boas maneiras da Inglaterra do século XIX...
“A questão toda está aí: você deve imitar você mesma.
O que quer dizer: seu trabalho é o de descobrir no próprio rosto
a mulher que seria se fosse mais atraente, mais pessoal,
mais inconfundível.
Quando você ‘cria’ seu rosto, tendo como base você mesma,
sua alegria é de descoberta, de desabrochamento.”
Escrever romances é isso aí: me reinvento a cada estória nova!
Uma coisa me levou a outra e achei Sol LeWitt. Bicho, sou eu revisando! Coisa que ando fazendo (mentira, ando procrastinando a revisão do último volume completado dos Cupidos em Devon). Me ligo muito em quanto repito de uma mesma palavra em uma página. Olha, ele fez visualmente!
Meu TOC levado à potência 3!
se tivesse grana, comprava esse obra no leilão. SOY YO! Nem foi na Hopkins, a casa de leilões da série CUPIDOS EM DEVON
Vida de escriba é assim para mim, ups & downs. Coincidências e descobertas, pesquisas e insights. Pelo Dicionário Informal: 1. Escriba Significado de Escriba Por Carlos Eduardo (MG) em 01-02-2010 Na antiguidade, pessoa encarregada de escrever, como copista, secretário ou redator. Doutor da lei entre os Judeus. Escrivão. Funcionário subalterno que apenas copia textos. (Mau escritor.)
preocupando com as críticas nesse nível de plenitude.
Boa segundona véspera de niver para mim, e para todos!
Sol LeWitt no Met
Termino com essa obra pirante de Mr. LeWitt. Eu ficaria horas aqui. Até.
Achei dicas de Clarice aqui, aqui e aqui.
Fotos do google página inicial, Sol LeWitt e pesquisa temática do dia
Olá, hoje, em minhas pesquisas pelos labirintos da Era Vitoriana, descobri mais uma prova da influência de Jane Austen na sociedade, não só na cultura.
do Twitter, retweetado de making jane austen
'Ela dirigiu 'Um desfile de Grandes Mulheres' (1909)' - peça sufragista montada internacionalmente
que primeiro colocou Jane Austen no palco como uma personagem feminista.
Em memória de Cicely Hamilton 91872-1952)
A primeira vez que ouvi falar das sufragistas foi no filme 'Mary Poppins' quando Mrs. Banks canta seu número Sister Suffragette vinda de um comício (escondida do marido).
"Apesar de gostarmos de homens individualmente,
concordamos que em conjunto eles são bastante... estúpidos!"
Sufragistas, segundo a wiki, foram primeiras ativistas do feminismo no século XIX, assim conhecidas justamente por terem iniciado um movimento no Reino Unido a favor da concessão, às mulheres, do direito ao voto. O nome vem de sufrágio que vem do latim suffragium, "voto". A luta pelos direitos das mulheres vem de longa data, desde sempre, desde que se reconheceu a disparidade de que rainhas poderiam governar nações, mas suas súditas não poderiam ter sua voz ouvida. Elizabeth e Victoria na Inglaterra, Catarina na Russia, Isabel na Espanha, grandes imperatrizes, rainhas e czarinas que não estenderam às suas pares a gentileza da equidade. A briga de 'suffragettes' começou mesmo por volta da década de 1840 quando grandes mulheres se conheceram na Convenção anti-escravidão em Londres. Apesar de suas ideias revolucionárias, os membros da convenção as impediram de participar por, por, por... seu sexo frágil.
Tem dó!
Especificamente na Inglaterra e Reino Unido, o voto feminino foi primeiro reconhecido em 1881 na Ilha de Man que apesar de submetida ao Reino, tinha governo próprio. Austrália do Sul em 1895 e Austrália em 1901. Em 1910, a autora ativista Cicely Hamilton escreveu essa peça 'A pageant of great women' encenando um julgamento. Um desfile de grandes mulheres(título traduzido por mim) foi um sucesso.
wiki acha que essa é uma foto de uma encenação da peça
Na época se precisava educar as pessoas - não só as mulheres, mas homens também - sobre a necessidade de direitos iguais no voto. A peça fez isso possível porque todos temos aquela curiosidade mórbida por um julgamento, né? Veja os personagens: (traduções de minha autoria) Justiça Preconceito Mulher AS MULHERES INSTRUÍDAS Hypatia St. Teresa Lady Jane Grey Madame de Stael Madame Roland Madame de Scudery Jane Austen George Sand Caroline Herschell Madame Curie
AS ARTISTAS Sappho Vittoria Colonna Angelica Kauffmann Vigee le Brun Rosa Bonheur Margaret van Eyck Nance Oldfield
AS MULHERES SANTAS Santa Hilda Elizabeth Fry Elizabeth of Hungary Catherine of Siena AS MULHERES HERÓICAS Charlotte Corday Flora Macdonald Kate Barlass Grace Darling
AS GOVERNANTES Victoria Elizabeth Zenobia Philippa Deborah Isabella Catherine the Great Tsze-Hsi-An
AS GUERREIRAS Joan of Arc Boadicea Agnes of Dunbar Emilie Plater Ranee of Jhansi Maid of Saragossa Christian Davies Hannah Snell Mary Ann Talbot Florence Nightingale
Que timaço!
we got this covered
A peça começa assim, veja se não é pedreira:
A pageant of great women, by Cicely Hamilton
Um desfile de Grandes Mulheres De novo traduzida livremente por mim.
Justiça (em seu trono) recebe a Mulher perseguida pelo Preconceito. Ela ajoelha aos pés da justiça. JUSTIÇA: Por que você se apega a mim? O que você quer? MULHER: Eu me apego à ti e choro por liberdade! JUSTIÇA: Não é teu já? MULHER: Não e não! JUSTIÇA: Tu não és digna de liberdade? MULHER: Sim e sim! PRECONCEITO: Deusa, ela fala, mas tolice gagueja. Não sabe o que ela pede. MULHER: Eu sei e longo - PRECONCEITO: Ela chora por aquilo que não está apta a ter; ela é muito criança nos caminhos do mundo. Uma coisa protegida, coberta de sua aspereza- MULHER: Não senti a sua aspereza, sofri e chorei? JUSTIÇA: Deixe-o falar, deixe-o acusar, e então responda.
Repare que o Preconceito interrompe a Mulher e a Justiça não o reprimenda, mas quando a Mulher interrompe o Preconceito, a Justiça acha ruim... Mmmm, que coisa, né? Me lembra de um tweet que vi ontem do velhinho Sanders (gosto dele não, se me é dado o direito de ter opinião sobre político gringo) fazendo piadinha para interromper a deputada novinha Ocasio-Cortez. Velho babão!
Alô, homens! Não nos toquem quando estamos falando.
Não nos interrompam.
Mesmo se acharem que é para uma piada super engraçada.
Não.
Se segure e nos deixem terminar.
Hello Men! Don’t touch us when we’re talking. Don’t interrupt us. Even if you think it’s super funny “joke.” Don’t. Just stop and let us finish. https://t.co/ZCziv9v2ap
Enfim, de volta a Austen e o voto feminino. Na peça, Hamilton segue assim até citar Jane Austen.
PRECONCEITO: A liberdade nasce da sabedoria - salta da sabedoria. E quando foi a mulher sábia? Ela não se espelho no homem como uma criança? Ela não faz show antes de demonstrar graça interior? Aprendizagem desprezada, para não diminuir a luz do olhar dela? Conhecimento evitado, para que o longo estudo não clareasse sua bochecha? Não é o dia dela um dia de pequenos cuidados, de pequenos ódios e afeições? Quando ela ficou divina em sua sabedoria, grande de alma? Qual é o seu prêmio na vida - um beijo, um sorriso, o direito de reivindicar carícias! No entanto, ela chora pela liberdade ! Uma que ela tinha, ela iria vendê-la para o braço de um homem em volta da cintura! MULHER: Bem, de fato, isso vem de você, quem segurou o corpo como tudo, o espírito como nada. De você que nos viu apenas como um sexo! Quem fez o seu pior e melhor para saciar em nós a própria faísca e brilho do intelecto: Quem explodiu ao pulo e vislumbre disso e sufocou com riso! . . Isso de você quem elogiou um sorrisinho muito acima de um pensamento - Quem valorizava uma covinha muito além do cérebro! Então, fomos treinadas para simular, não para pensar: Então fomos criadas para ser covinhas, não cérebros! Não almas, mas carne tola - então você nos desejou. E, Deus tenha pena, nos fez! . . Você vai chorar desprezo pelo que fez você mesmo? Então você chora desprezo por si! Nunca foi a mulher mais do que bochecha rosada e lábio amuado, Você deveria ser burro antes de sua maldade - você quem não pede mais dela. . . Oh, você está bem o que você fez para tornar difícil para ela sonhar, escrever, pintar, construir, aprender. Oh, pense bem! E maravilha na linha daqueles que sabiam que a vida era mais que amor e lutou seu caminho para a conquista e para a fama! (As mulheres instruídas entram.) Hypatia, ela cuja sabedoria lhe trouxe a morte, Encabeça a linha corajosa; e veja a santa freira Santa Teresa Teresa, guia e líder para Deus Escritora de palavras vivas! Dez dias rainha Lady Jane pobre empregada, o peão de mentes mais culpadas, Tua aprendizagem deixou muitos homens envergonhados! Madame de que do afiado De Staël, rápido de língua, polido de caneta? De Manon Roland, o que ... Madame Líder dos homens, invicta até na morte? Boast de romancers - 'foi a mão de uma mulher que escreveu um romance primeiro - de Scudery! E ela segue seus discípulos dois, Jane Austen e George Sand da França. Vê quem ajudou a mapear as estrelas do céu - Uau, né?! O bacana é que, quando vi o sticker, pensei; olha que deve ter sido uma das primeiras formas de fanfic com a persona de Austen. Daí fui pesquisar.
Ainda bem.
Porque informação é tudo nessa vida!
Hamilton apenas cita Austen pelo valor de sua obra, a força dela está em ter publicado seu trabalho, se fazer ouvir. Ela não colocou palavras na boca de Austen ou fez dela feminista, proto-feminista, sufragista, sambista, pianista.