& Moira Bianchi: março 2019

sábado, 30 de março de 2019

Pocast JANE AUSTEN - bom demais!

Olá, 
estou NO AR com amigas Darcy queridas gravando o primeiro PODCAST para falar abobrinhas bacanices sobre a Diva: 'Café com Jane Austen'.

Primeiro episódio, nos apresentamos e contamos como Austen nos influencia e faz assunto até hoje.

Somos 4: eu, Adriana, Thaís e Valéria, cada uma com um enfoque diferente e todas unidas pela admiração à obra que Austen nos deixou.

A princípio serão pods quinzenais, muito bla-bla-bla e alguma informação acadêmica, um tanto de indicações e bastante papo de fãs. Teremos assuntos específicos, só conversa afiadíssima e tudo mais Austen Nation.
5 ladies from the family of Mr. William Mason - John Constable
só vejo 4 damas....



Aqui está o link do spotify.


Posso falar desde já: é muito legal!

domingo, 24 de março de 2019

O piano, instrumento ideal para moças

Olá,
Sigo no aprendizado sobre a preparação de moças para a vida e o matrimônio, seu grande objetivo na vida Regencial e Vitoriana. 
Nesta caminhada, tenho como comparsa a FranDarcy friend, que me apareceu com um artigo trés bacana sobre a importância do piano na educação feminina na Regência, época de Jane Austen, e daí fui longe. Fiquei com a...

Portrait of a Lady at the Piano de Adèle Romany

Pulga atrás da minha orelha!
Conversa vai, conversa vem, mils pesquisas e... 

O instrumento gerou muita discussão bacana, 
tem muitas fontes de pesquisa interessante. 
Então resolvi dividir em 4 posts.
Esse é o 3º
O piano - instrumento ideal para moças
tradução de artigo do Kilden
com meus comentários abaixo.

Neste, conto e mostro tipos de pianos usados na Regência e era Vitoriana e seus antepassados. 
Falo de alguns virtuosos e faço uma breve introdução ao que será discutido.

O 2º foi: O piano na preparação de moças casamenteiras na Regência
Nele está o artigo original com vários links de CDs e MP3 de músicas para pianoforte da época de Jane Austen - Regência Britânica -  e claro, meus comentários.

Ainda teremos:
O piano e a música para Jane Austen
aqui localizo o instrumento na vida e nas obras da Diva



Este artigo é muito interessante para mim porque o 2º livro da série CUPIDOS EM DEVON, 'O Clube de Florence', tem uma cena em que ela, Florence, toca a harpa sem se dar conta do efeito que imprime no homem bão da porra assistindo a apresentação. 
É sedução acidental.
H Boulet, 1832

Vamos ao artigo.


Piano- O instrumento mais adequado para o corpo feminino 


disclaimer: Esse artigo foi originalmente publicado no Kilden – informações e notícias sobre pesquisas de gênero na Noruega. Leia o artigo original. 
Eu, Moira, vou comentando no meio do texto, ok?

Envolver o violoncelo com as pernas era considerado imoral, sentar-se ao piano era mais adequado para uma lady. Sendo assim, as mulheres se tornaram importantes para o desenvolvimento da composição e execução do piano.

“As bases para quais instrumentos mulheres e homens deveriam tocar já eram estabelecidas na Idade Média”, diz Lise Karin Meling. Já haviam regras e convenções relacionadas ao que mulheres podiam ou não fazer no mundo da música em todos os tempos. “A historiografia é desequilibrada nesta área; não há foco no que as mulheres realmente conseguiram”. Onde pesquisas anteriores se concentraram nas limitações das mulheres, em áreas nas quais as mulheres foram excluídas e nunca entraram, Meling que é professora associada no Departamento de Música e Dança na Universidade de Stavanger, tem procurando por aquilo que as mulheres já fizeram realmente: Elas tocaram piano. 
“Praticamente cada composição de piano feita no século XIX, foi escrita por mulheres e meninas,” diz a pesquisadora musical. As mulheres tocavam piano e tiveram enorme importância no desenvolvimento da composição do piano. ” 
Um dever para mulheres da burguesia 
Os pianos eram considerados o instrumento feminino perfeito, um “par por excelência” no século XIX. Tanto que, durante aquele século, se tornou uma obrigação para todas as mulheres pertencentes à burguesia e às classes altas, ter um bom domínio de piano. Isso não só no caso da Inglaterra, de onde a maioria das fontes de Meling foram coletadas, mas também na Noruega. 
“Nenhuma casa culta deveria ficar sem pianoforte… Nenhuma dama que desejasse se tornar uma Lady, podia admitir ser incapaz de tocar pianoforte, e nenhum cavalheiro podia permitir esse desrespeito.” escreveu o escritor norueguês Bjørnstjerne Bjørnson em 1855.
Falamos sobre isso no post anterior, o que ter um piano em casa significava para o status social de uma família. Damas que tinham piano eram de boa família, de boa situação financeira, de boa instrução, então, eram bons partidos. Era uma conclusão em corrente...
Instrumentos musicais Indecentes
Woman at a Piano - G Boldini
Mas por que o piano exatamente?

De acordo com as fontes de Meling, porque combinava com o estereótipo da natureza feminina suave e prudente. A flauta, o violino, o oboé são “altamente impróprios para o sexo feminino”, o teórico musical John Essex escreveu em 1721. 
O oboé era particularmente masculino; ficaria indecente na boca de uma mulher
the oboe player - TEakins, 1903
Imagina o que eles não pensavam - e viam em suas mentes - com a imagem de uma dama bonita com um instrumento entre os lábios?
Devassos!
E a flauta tiraria “muito do suco gástrico mais adequados para aguçar o apetite e promover a digestão”
retrato de Elizabeth Speigel - DDSantvoort, 1639
Ela toca um recorder -  instrumento musical de sopro no grupo conhecido
como flautas de duto interno

De acordo com Meling, a flauta doce foi de fato considerada altamente erótica por séculos. Ela se refere a pinturas retratando ninfas atraindo homens enquanto tocavam flautas doces. 
Achei uma prova cabal da perdição que era a flauta! Olha só isso! tsk, tsk!
Pastor tocando flauta com quatro ninfas, GV Honthorst
“Trompa e violoncelo são inadequados para o corpo feminino.” 

Para o alemão Carl Ludwing Junker também estava claro em quais instrumentos as mulheres eram eruditas para colocar em seu livro sobre mulheres e músicas em 1783: a trompa, o violoncelo, o contrabaixo, o fagote, e o trompete eram altamente impróprios para o corpo, moda e caráter feminino. 
Tocar o contrabaixo de espartilho por exemplo – que ridículo! 
Executar largos movimentos corporais enquanto toca instrumentos de corda – não se parece nada com uma dama. E o corset apertava a ponto de deformar o corpo! Já falei disso. 
Um som poderoso e forte não combinava com a humildade de caráter de uma mulher. 
Tambores e trompetes, nos lembra Junker, eram usados por militares, e trompa era usada na caçada, e, portanto, não poderia ser considerada feminina. 
Além disso, algumas posições eram consideradas diretamente imorais, como ao distorcer o rosto para soprar o instrumento, pressionar os lábios e sustentar o som com os músculos do abdome. Isso poderia passar a impressão de uma mulher indecente. 
mulher cantando e tocando alaúde - CBega, 1664
Pernas abertas, instrumento colado no corpo... que perdição!

E sem mencionar tocar violoncelo – onde a mulher tinha de apertar o instrumento contra seu peito e envolvê-lo com suas pernas. Isso poderia dar às pessoas ideias imorais. Perceba que parece ser coisa da cabeça dos moralistas... As recomendações de Juker eram que as mulheres se mantivessem no piano. “As mulheres podem permanecer sentadas ao piano e tocarem sem flexionar seus corpos” disse Meling. “Elas podem sentar em posições graciosas e femininas com as pernas juntas e exibir suas roupas elegantes.”
O concerto - LEPomey (1901) 

Tocar podia levá-las ao altar. 
As fontes de conhecimento de Meling sobre mulheres tocando piano foram primeiramente coletadas da burguesia e das classes altas. As fontes sobre a prática musical das classes baixas são escassas, de acordo com a pesquisadora. “As classes baixas talvez fossem mais ocupadas com o trabalho. Elas tocavam música popular, mas elas provavelmente não possuíam a mesma cultura musical das classes superiores.”
Nas camadas mais proeminentes da sociedade, tocar piano se tornou uma forma de passar os dias e um jeito de entrar no mercado do casamento. Quando a Lady Middleton no romance Razão e Sensibilidade de 1811 de Jane Austen, finalmente se casa, ela pára de tocar piano. "Ela alcançou o que muitos consideravam o objetivo da música e do piano", diz Meling: "Isso fazia parte da educação das mulheres para promover suas perspectivas de casamento".
Todos os caminhos levam a Austen, não é mesmo? Leia esse trecho:
"À noite, como foi descoberto que Marianne tinha dom musical, ela foi convidada para tocar. O instrumento (pianoforte) foi destrancado, todos se prepararam para ser encantados e Marianne, que cantou muito bem, a pedido deles, passou pela maioria das canções que Lady Middleton trouxera para a família em seu casamento, e que talvez houvessem permanecido desde então na mesma posição no piano, pois a senhora havia celebrado aquele evento desistindo da música, embora, pelo relato de sua mãe, ela tivesse tocado muito bem e, por conta própria, gostasse muito da música."
'In the evening, as Marianne was discovered to be musical, she was invited to play. The instrument was unlocked, every body prepared to be charmed, and Marianne, who sang very well, at their request went through the chief of the songs which Lady Middleton had brought into the family on her marriage, and which perhaps had lain ever since in the same position on the pianoforte, for her ladyship had celebrated that event by giving up music, although by her mother's account, she had played extremely well, and by her own was very fond of it.'

O piano como uma mobília multifuncional 
Devido à popularidade do piano, ele se tornou um instrumento relativamente barato para se adquirir. E os fabricantes experimentaram em sua forma e função. Era possível adquirir o piano que também poderia ser usado como uma mesa de salão, escrivania, armário, mesa de trabalho, penteadeira e caixa de ferramentas. 
Armário de costura, porta-jóia E piano do jacarandá
 - c. 1820 Reino Unido 
disponível por R$14.500,00 no Galleries online

Tocar geralmente se dava na privacidade do lar, em alguns casos ao visitar os outros. Mas se você fosse melhor pianista do que a anfitriã, você tinha que escolher a peça mais fácil, para evitar colocá-la em uma posição embaraçosa.  #ficadica
Tocar em público era algo simplesmente fora de questão para a maioria das mulheres. Meling se refere as mulheres tocando piano com uma “arte caseira”. Esse tipo de exercício musical não tinha que ser considerado tão importante como aqueles que eram desempenhados em público. 
“Mulheres tocavam e cantavam dentro dos limites do lar, esse era o cenário delas. E essa era uma arena importante para a prática musical e de composição. As mulheres tocando piano no século XIX estabeleceram a base da composição do século vinte.” 
O piano era o instrumento favorito para acompanhar o canto, e se tornou o instrumento mais popular do século XIX. Mais composições foram publicadas apenas para o piano do que para todos os outros instrumentos juntos durante o século dezenove. 

Feminino demais para homens
A inovação também ocorreu dentro de casa. “Muitas coisas foram inventadas pelas pianistas no século dezenove, como tocar sem partituras durantes os consertos.” 
Enquanto as garotas exibiam bons desempenhos, esse não era necessariamente o caso dos homens. Isso levou ao desenvolvimento de um gênero musical onde as peças de pianos eram acompanhadas pelo sobretom único de flauta ou de violino. Então o irmão menos talentoso poderia acompanhar sem ter que praticar tanto quanto suas irmãs. 
O trabalho dos homens era admirar o desempenho das mulheres, às vezes, virar as partituras para elas. Ele mesmo não deveria tocar piano, o que imediatamente poderia torná-lo feminino. 
“O manual de ética para o Cavalheiro Inglês aconselha homens contra a prática do piano,” diz Meling.
Então, nesta parte eu discordo do artigo com base em algumas pesquisas. Como ando escrevendo muito sobre a era Vitoriana, sei que homens de classe e boa educação, nem sempre nobres, tinham conhecimento musical - e isso incluía o piano que era símbolo de status. 
Em dois trechos, o Manual de Etiqueta para cavalheiros de Cecil B Hartley, 1873, fala assim:
'Em um sarau, por excelência, música, dança e conversação são todos admissíveis, e se a anfitriã tiver tato e discrição, essa variedade é muito agradável. Como muitas vezes não há pianista ou música engajada à dança, você se sai bem, se for um bom performer no piano-forte, é bom se dedicar a aprender algumas quadrilhas e danças de pares para que possa oferecer seus serviços como orquestra. Não espere ser solicitado a tocar, mas ofereça seus serviços à anfitriã, ou, se houver uma dama ao piano, peça permissão para aliviá-la da função. Para virar as folhas para outra, e às vezes chamar danças, também são ações bem-humoradas e bem-educadas.'
'At a soiree, par excellence, music, dancing, and conversation are all admissible, and if the hostess has tact and discretion this variety is very pleasing. As there are many times when there is no pianist or music engaged for dancing, you will do well, if you are a performer on the piano-forte, to learn some quadrilles, and round dances, that you may volunteer your services as orchestra. Do not, in this case, wait to be solicited to play, but offer your services to the hostess, or, if there is a lady at the piano, ask permission to relieve her. To turn the leaves for another, and sometimes call figures, are also good natured and well-bred actions.'

'Não inicie uma conversa enquanto alguém estiver tocando ou cantando, e se outra pessoa começar uma, fale em um tom que não impeça os outros de ouvir a música. Se você tocar sozinho, não espere o silêncio na sala antes de começar. Se você tocar bem, aqueles que realmente gostam de música deixarão de conversar e ouvirão você; e aqueles que não se importam com isso, não vão parar de falar se você esperar sentado no banquinho do piano até o amanhecer do dia.'
'Do not start a conversation whilst any one is either playing or singing, and if another person commences one, speak in a tone that will not prevent others from listening to the music. If you play yourself, do not wait for silence in the room before you begin. If you play well, those really fond of music will cease to converse, and listen to you; and those who do not care for it, will not stop talking if you wait upon the piano stool until day dawn.'

la miranda synphony
E quanto aos grandes músicos do século XIX? Arthur Rubinstein (1887-1982),Sergei Rachmaninov (1873-1943), Franz Liszt (1811-1886), Frédéric Chopin (1810-1849), Ludwig van Beethoven (1770-1827), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) entre outros. De Clara Schumann (1819-1896) já falamos no artigo anterior, mas sempre vale à pena lembrar. Ouça um pouco de cada aqui.

Por fim, se falamos em virar páginas, sempre me lembro do bate-boca de Lizzy e Darcy em Rosings!...
'Há uma teimosia em mim que nunca me permite ter medo da vontade dos outros. Minha coragem sempre aumenta a cada tentativa de me intimidar.'
Leia o trecho todo aqui...
femina
Medo da “epidemia do piano”
Ao mesmo tempo, tocar muito piano levava a uma repreensão. A ideia do século XIX que as mulheres com fortes desejos sexuais eram propícias a desenvolverem histeria, estava ligada à música. falei do que era 'histeria feminina na época... tsk, tsk.' 
A Música poderia superestimular o sistema nervoso e ser destrutiva para a aparência da mulher e para os órgãos reprodutores. O teórico musical Edvard Hanslick nomeou o fenômeno como “Pianoepidemia” – quando a música levava vantagem e resultava em doenças. 
Como resultado dessa preocupação, a afiação do piano se tornou profissão masculina. De acordo com o teórico, mulheres solteiras e, portanto, sexualmente inexperientes poderiam se tornar perigosamente superestimuladas ao afinar um piano. 
Os homens tinham muitas cordas para seus arcos
Ainda há grandes diferenças quando se trata de música e gênero, tanto em termos de quais tipos de instrumentos homens e mulheres tocam, como são referidos na mídia e sua presença em arenas públicas como festivais de música e educação. “Nós ainda vemos uma clara divisão entre homens e mulheres quando se trata de tocar piano e violão.” As estatísticas da Noruega escrevem em relação aos números de 2008 de cultura e lazer. Oito por cento dos homens tocam piano, comparado a dezesseis por cento de mulheres. Um reporte no GramArt, festival popular norueguês de música em 2011 constatou que homens, em grande maioria tocam diversos instrumentos, enquanto as mulheres se mantém no instrumento principal, e no vocal geralmente.
Em seu livro, Eksperimentelt kvinneglam (“Glamour feminino experimental”) de 2013, Maja Ratkje chamou atenção para o fato que a Orquestra Filarmônica de Oslo tinha 113 músicas em seu programa naquele ano. Entre essas, 112 foram compostas por homens. Nenhuma das mulheres conduzia nenhuma das 113 peças, e entre os membros da Sociedade Norueguesa de Compositores, as mulheres totalizavam 13%. 
“Nós podemos traçar alguma linha de gênero sobre os instrumentos músicas desde a Idade Média, passando pela cultura feminina do piano no século dezenove e chegar aos dias atuais? ” 
“Sim, de várias formas podemos” afirma Meling. 
Mas ela ainda permanece mais interessada naquilo que a mulher podia de fato fazer, no que naquilo que não podia. “Ao invés, de falar sobre a falta de trompetistas femininas no século XIX, nós deveríamos exaltar as mulheres que tocaram instrumentos e desenvolveram a arte de tocar piano. Nós deveríamos enfatizar as áreas nas quais as mulheres se afirmaram pessoalmente."
Fiquei intrigada, fui pesquisar online para comprar Brasil com a gringa do artigo. Descobri algumas coisas interessantes.
- na visão masculina, mulheres atualmente gostam mais de caras que tocam guitarra;
- homens aprendem a tocar música para seduzir mais facilmente;
- mas eles gostam de mulheres que tocam qualquer instrumento;
- mulheres que tocam 'mais que piano' provam talento, especialmente se for instrumentos considerado masculino como tuba, trompa ou percussão;
- piano é instrumento de homens mais velhos, acima dos 45.

Garotas ao piano - Renoir
Bem, ainda há muito para aprender e estudar sobre o piano, certo?
Te vejo no último artigo.



Referências do artigo original.

Meling, Lise Karin, Klaveret – et kvinneinstrument? (“The piano – a women’s instrument?”) (2015) Arr #1/2015. The norm that young cultured women from the bourgeoisie played the piano spread across Europe in the nineteenth century. The painting ?The piano lesson? is from 1896, painted by the British artist Edmund Blair Leighton. (Wikimedia commons.) [7] Lise Karin Meling studies gender and musical instruments. (Photo: Ida Irene Bergstrøm) [8] blair.jpg [9] Booty shake or guitar riff? [10] Parodic, political pop [11] Ida Irene Bergstrøm, Kilden kjønnsforskning.no [12] Cathinka Dahl Hambro April 28, 2016 - 06:20 .This field is not in use. The footer is displayed in the mini panel called "Footer (mini panel)" Source URL: http://sciencenordic.com/piano-%E2%80%93-best-suited-instrument-female-body Links: [1] http://sciencenordic.com/category/section/society-culture [2] http://sciencenordic.com/cultural-history [3] http://sciencenordic.com/gender-and-society [4] http://sciencenordic.com/category/countries/norway [5] http://sciencenordic.com/category/publisher/forskningno [6] http://kjonnsforskning.no/en/2016/04/piano-best-suited-instrument-female-body [7] http://sciencenordic.com/sites/default/files/blair_0.jpg [8] http://sciencenordic.com/sites/default/files/Meling_Lise_Foto_IIB-1000x669.jpg [9] http://sciencenordic.com/sites/default/files/blair.jpg [10] http://kjonnsforskning.no/en/2015/10/booty-shake-or-guitar-riff [11] http://kjonnsforskning.no/en/2015/10/parodic-political-pop [12] http://sciencenordic.com/content/ida-irene-bergstr%C3%B8m-kilden-kj%C3%B8nnsforskningno

eu fui aqui, aqui, aqui, aqui, aqui.



sexta-feira, 22 de março de 2019

Hoje tem live!

Olá,  que novidade para mim: uma live!
Como o livro GATAS & CILADAS foi escolhido para LEITURA COLETIVA de abril no grupo Clube do Leitor Correspondente do Facebook, farei uma live me apresentando e falando dos amores gatíneos e gatunos!

E preparei mil brindes para sorteio!


marcadores magnéticos + cards

de ladinho, mas
marcadores de gato hipster e catcórnio! haha

marcador magnético e de clip binder com lápis estilozérrimo!
peguei desse tutorial aqui


E o gatíneo de olho em toda essa tralha!...

marcadores de gatinha rainha e gatinho de pompom

Vem também!
bj, até às 20hs

Foi ótema! Olha só 

sexta-feira, 8 de março de 2019

Feliz dia da Mulher Literária

Olá,
depois de dias fora do ar curtindo o carnaval, volto junto no dia da mulher com uma lista muito curiosa: uma contabilidade de assuntos dos livros publicados em 1905.
Como sabem, estou enfiada na era Vitoriana Inglesa, esse artigo muito interessante já seria do reinado de seu filho Edward - portanto era Eduardiana - mas é do Chicago Tribune, então digamos que, por 4 anos e 1 continente de diferença, ainda estou no tema. Licença poética, posso?
Veja só que muito interessante e porque hoje é ainda mais legal de achar isso no Twitter (undine e newspapers)
fonte:twitter

Tradução 
(livre, minha)
Um resumo de literatura
'Senhor', disse o homem com nariz pontudo e lápis rombudo que se aproximou da mesa do editor de literatura da revista. 'Compilei algumas estatísticas sobre os romances deste outono que não pode deixar de ser interessante.'
'Pegamos nossa lista dos 6 mais vendidos de livrarias e outros meios.' Explicou o editor sem levantar os olhos.
'Mas isso é diferente. Veja, por favor, que eu fiz uma análise cuidadosa e completa da vida, incidentes e mortes de cada romance, e combinei todos os dados em um relatório.'
O visitante mostrou a folha para o editor e indicou a tabela a seguir:
número de livros publicados.........................3.458
número total de esposas negligenciadas*.....1.643
número total de maridos desprezados.............258
esposas enganadas........................................1.001
maridos 'cegos'................................................569
suicídios...........................................................10
assassinatos.....................................................196
pedidos de casamento..................................6.766
pedidos de casamento renovados.................9.543
casamentos no último capítulo.....................5.222
casamentos escondidos...................................855
heróis expulsos.............................................1.337
heroínas que dizem 'Deixe-me, já!'...............2.477
heróis que dizem 'Nunca enquanto esse coração bater no meu peito.'.........1.744
vilões que tiveram o que mereceram...........3.455
sub-vilões que tiveram o mesmo fim...........3.456
mortes.............................................................627
fortunas perdidas (total)............................. USD$ 8,798,543,222,116.99
heranças inesperadas.................................USD$ 2,664,538,942,001.75
pirados..........................................................2.256
outros personagens engraçados....................1.200
'B'goshes' surpresa.............................104.288.362
'Gadzooks' perplexidade...............................8.941
crianças espertas que reunem os pais................75
roubos a banco.................................................555
outros crimes..................................................7933
atos nobres...................................................15.164 

*unappreciated poderia ser 'mal amada', mas me segurei e optei por negligenciada

O que eu vi de tão bacana nessa lista? Conto:
1- Romances são a reinvenção da roda, aparentemente.
Se o narigudo chegou a identificar dados similares/iguais para compilar é porque lhe pareceu mais do mesmo. Na hora me lembrei da primeira resenha de Razão e Sensibilidade, lá em fevereiro de 1812 : 'Os amantes de romances podem ter apenas uma idéia da dificuldade que nós, revisores, temos avaliar a linguagem com a qual devemos dar nosso julgamento sobre esta espécie de escrita. Os inúmeros romances que continuamente se apresentam ao nosso conhecimento, em substância, estilo e tamanho são tão parecidos, que depois de ler as três primeiras páginas, podemos com muito pouca dificuldade não só saber como eles terminarão, mas também dar uma palpite perspicaz sobre os vários incidentes que irão ocorrer, as dificuldades e perigos que devem se acumular, com todos os vexames, constrangimentos, etc. & c. que são tão altamente necessárias para compor um romance da moda.
Não somos inimigos de romances ou escritores novos, mas lamentamos que na multiplicidade deles existam tão poucos dignos de qualquer elogio particular. Um romance gentil e bem escrito é tão agradável quanto uma comédia elegante, da qual tanto diversão quanto instrução podem ser derivadas. 
Ao menos gostaram muito de 'uma dama', maga Jane Austen pq continua assim...
'"Sense and Sensibility" é um entre os poucos que podem reivindicar este elogio justo.'
Isso é só um trecho, a resenha tem 4 páginas.
E, se o escândalo de copy&paste de fevereiro de 2019 (207 anos depois dessa resenha) deixou de food for thought foi como falamos e gostamos de ler la même chose. Foram, sei lá, 10 livros/histórias de amor compostos de trechos de outros livros/histórias de amor que apesar de virem de 40+ fontes diferentes, faziam sentido quando unidas. Bicho, é de pirar esse copy&paste. Gosto de falar nisso, não...

2- Mulheres à beira de um ataque de nervos
Na verdade, foi a primeira coisa que vi. O narigudo identificou que havia 6,5 vezes mais esposas negligenciadas mal amadas que maridos desprezados, quase o dobro de esposas enganadas a mais que maridos passados para trás. Justo hoje, DIA INTERNACIONAL DA MULHER, é duro ver isso. 
Daí vem a piração de Moira: público majoritário de romances (novels) é feminino > assunto mais popular é o sofrimento feminino > mulheres gostam de ler o sofrimento dazamigas para:
a- fazer catarse
b- se vingar
c- alimentar a esperança de que seu sofrimento tem fim
Image result for housewife
essa série me pirou o cabeção...
pic de telegraph
Me deixa desconfortável expor isso, mas analise e tire suas conclusões.
(quote do twitter)

3- Homens que não aceitam um 'não' como resposta
Em 6.766 pedidos de casamento deve ter havido algum número de 'sim's e choros e beijos, correto. Então como explicar 9.543 insistências? Alguns desses guapos devem ter pedido a lady em casamento várias vezes. Migo, não é não!
radar da noticia
E os românticos 855 casamentos escondidos - elopment - que eu traduzi como 'escondido'-, mas na verdade é o conjunto de atos: fugir+casar sem consentimento+longe de casa.
Ain, que lindeza isso... imagina Lydia Bennet fugindo com Wickham em Orgulho e Preconceito?...
Eita, que roubada! Ele era um encostão jogador bebedor que devia a Deus-e-o-mundo, ela era uma LOKA...
E quanto ao famoso Caso do Sequestro de Shrigley?  A herdeira Ellen Turner tinha só 15 anos .
A também herdeira Augusta Nicholson tinha só 14 quando fugiu com o artista, mas ali é dito que havia amor.
Mas temos muitos casos na literatura de sequestro de noivas, como a Camilla de Frances Burney, isso nunca é legal. Não acho. Huh-huh. 

4- No final, o bem vence o mal
É o que todo mundo espera de um romance, né? SIM!!!
Outro dia me mostraram um video de Annabel, uma autora de romances suuuper hot que falava - bem irritada - do porque todos os heróis de romance novels serem bem dotados. Na hora achei exagerada, depois dei razão. Realidade a gente tem todo dia, quando a gente abre um livro, nem que seja nesse detalhezinho (hahaha) queremos ver o arco-iris no final do túnel. Então, é bom o heroi ser bem dotado, saber usar as joias da família, ser rico e generoso e as maldades (dele ou do vilão/vilã) serem vingadas!
CAME A LOT or CAMELOT?

5- Quais eram esses livros, afinal de contas?
A Wiki, viva ela!, conta de alguns. O retorno de Sherlock Holmes, A casa da alegria, A invasão do mar, Farol do cabo do mundo, Kipps a história de uma alma simples, Major Barbara, Onde anjos temem ir e outros tantos.
Como está sua lista de leitura? TBR vazia?
Topa incluir esses tantos para conferir o trabalho do homem narigudo?


E quanto a hoje, nosso dia, dia da mulher?
Vamos de promoção, porque livros são para ser lidos!
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e me avisa qual deles você quer!
promo até dia 16.03.19
bjs

nota: pesquisei aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
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