& Moira Bianchi: Um dia na vida de Jane Austen

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Um dia na vida de Jane Austen

Olá,
hoje nesse dia cavernso de frio e chuva, meu livro novo - mais um Austeneite 9 vezes Orgulho e Preconceito - está disponível em ebook e comemorando, trago um post adorável da ANGLOTOPIA.

ebook kindle está aqui, google play também
Este romance, como já disse, nasceu da 
NECESSIDADE DE VISITAR os amigos de Pemberley & Meryton 
para CURAR MEU CORAÇÃO em um momento dolorido. 

Então, nada mais apropriado que visitar a própria Jane Austen na época do lançamento do livrinho inspirado na obra dela. Vamos?

UM DIA NA VIDA DE ... JANE AUSTEN 


SÉRIE DE ARTIGOS DA ANGLOTOPIA
UM OLHAR NA VIDA DIÁRIA NO FINAL DO PERÍODO GEORGIANO REGENCIAL INGLÊS

Publicado em 1 de junho de 2018 por Jonathan AQUI

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Nota: Esta é o primeiro de uma série de artigos da Anglotopia. Eu, Moira, apenas traduzi.
A fabulosa Anglotopia escolhe importantes figuras históricas britânicas para passar o dia típico na vida delas. A primeira é a grande e amada Jane Austen. Se você gostar deste conceito / série, por favor deixe um comentário aqui e na página original!
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É pouco antes das seis horas da manhã de uma ensolarada manhã de primavera de 1798, e a srta. Jane Austen acorda ao som do coro de pássaros que circundam a Paróquia de Steventon. A vida está se agitando na aldeia, nos campos e prados que ficam ao lado da casa, mas dentro da casa paroquial, Jane é a primeira a sair da cama. Sua solidão matinal é temporária no entanto, e em pouco tempo, essa movimentada casa georgiana ganha vida.

Aos 23 anos, Jane mora com sua mãe, pai e irmã Cassandra na casa onde nasceu. Seu pai, George, é o reverendo da paróquia de Steventon, parte da pequena nobreza local. Sua família ostenta uma linhagem distinta, mas com o passar do tempo, a fortuna dos Austen foi desperdiçada. Para George Austen sobrou pouco além da magra renda provinda do trabalho na paróquia de Steventon concedida a ele por parentes mais ricos. Não obstante, apesar de suas circunstâncias modestas, Jane cresceu em relativo conforto, estabilidade e acesso a um meio social diversificado. Seus irmãos começaram a formar carreiras militares, Jane e Cassandra se beneficiaram de uma excelente educação, primeiro no internato Reading Abbey Girl's School e, mais tarde, em casa, onde Jane tinha acesso livre à biblioteca substancial de seu pai.

O ritual da manhã de Jane sempre começa com a prática do piano. Como todas as jovens de sua classe e idade, Jane deve demonstrar competência musical e tem uma paixão particular pelo piano. Até alguns anos antes, ela tinha tido aulas regulares com George Chard, organista da Catedral de Winchester e musicista altamente proficiente. No entanto, a competência musical exigia prática, e ela preferia aprender novas peças no início da manhã, a fim de evitar incomodar os outros membros da família. Esta manhã ela aborda uma sonatina do compositor francês Ignaz Pleyel, um favorito pessoal e uma escolha popular na Inglaterra georgiana.


Na época de Jane, o início da manhã era o momento de fazer as coisas e, às sete horas, toda a casa era uma colmeia. O pai dela já está no gabinete, organizando negócios e supervisionando as contas domésticas, a mãe dela está elaborando um planejamento para as refeições da semana seguinte. Apesar das circunstâncias relativamente modestas da família Austen, eles podiam se dar ao luxo de manter um pequeno exército de criados; no entanto, esperava-se que Jane e Cassandra aparecessem onde fosse necessário, e hoje, às oito horas, as duas meninas podem ser encontradas na cozinha, ajudando a preparar o café da manhã para o resto da família. A tarefa particular de Jane é preparar o chá, especialmente comprado (a um custo significativo) da Twinings em Londres, e um componente crucial na mesa de café da manhã da família.
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O café da manhã, para a família de Jane, é relativamente simples consistindo de pães, brioches, ovos e talvez alguns embutidos ou rosbife. A conversa em torno da mesa é animada e logo direciona para atualidades políticas do dia, particularmente os eventos em curso na França e na Irlanda. As meninas Austen são educadas em nível incomum em comparação com outras jovens de sua classe e oferecem opiniões diretas.

Depois do café da manhã, Jane retorna a sua mesa para escrever. As mulheres jovens da sociedade georgiana frequentemente se envolviam em correspondência com amigos e familiares que viviam longe, e as cartas eram um meio crucial de se manter atualizado com os últimos desenvolvimentos na sociedade. Hoje ela começa respondendo várias cartas recentes. A mais importante é uma de sua prima e cunhada Eliza de Feuillide, que se casou com o irmão mais velho de Jane, Henry, no ano anterior. A amizade de Jane e Eliza ficou famosa, e acredita-se que Eliza foi inspiração para o personagem-título da curta novela Lady Susan. Eliza viveu muitas aventuras no início da década de 1790 quando casada com um aristocrata francês, o conde de Feuillide, um monarquista francês que foi executado por revolucionários franceses em 1794. Jane e Eliza mantiveram uma longa amizade e escreviam uma para a outra regularmente.

À medida que o meio-dia se aproxima, Jane começa a sentir-se inquieta. Ela troca de roupa e sai ao sol para uma caminhada. A casa paroquial de Steventon ficava em meio a um belo cenário pastoril, e Jane era conhecida por seu amor pela natureza e por caminhar ao ar livre, um passatempo que aparece em muitos de seus romances. Ela também era uma jardineira entusiasmada, com um conhecimento prodigioso de botânica, e adorava passar horas no jardim considerável anexado à casa. Hoje ela passeia pela vila e pelo prado, pensando em novas histórias, inspirada pela última carta de sua prima e cunhada Eliza.
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Tendo saído para passear, a mente de Jane é estimulada e ela retorna repleta de ideias para seu trabalho atual. Ela entra na casa ansiosa para pegar sua pena e retoma seu lugar habitual na sala de visitas. Nesta época, o papel era caro, então ela precisa ser econômica, e vemos sua escrita elegante cobrindo todos os cantos da página, adicionando novas folhas gradualmente à medida que as ideias e o texto se expandem. Ao lado dela está sua preciosa caixa de escrita, que viaja com ela aonde quer que ela vá, e contém papel, tinta e, o mais importante, rascunhos atuais de seu trabalho e idéias. Ela continua escrevendo, absorta em seu trabalho até que os visitantes interrompem e a hora do jantar se aproxima.
curiosidade: sabia que Jane Austen editava prendendo pedacinhos de papel com alfinete sobre o que já estava escrito? fofo! leia aqui.


No período georgiano, o jantar era a principal refeição do dia e geralmente era servido no final da tarde. No início do século 19, mais tarde, a hora do jantar estava mais na moda, mas para a família de Jane, o jantar sempre era servido às três e meia da tarde. Normalmente, o jantar consistia em dois pratos, com carne assada ou peixe, sopas e pratos doces servidos ao mesmo tempo. Hoje, no entanto, a família Austen está comendo uma refeição relativamente leve, um chá, em antecipação ao entretenimento da noite: um baile público nos salões da Assembléia local.

Às cinco da tarde, depois do jantar, a família geralmente se reunia para tomar chá e ler. A leitura era uma atividade compartilhada na casa paroquial, e o chá geralmente era acompanhado por um membro da família lendo em voz alta para o resto do grupo. Muitas vezes, o texto escolhido era uma das composições de Jane, e todos os seus romances publicados tiveram o primeiro público nos membros família. Hoje não é uma exceção, e Jane lê em voz alta seu último manuscrito, o mesmo que ela havia trabalhado no início do dia.

Qualquer outro dia, o chá pode ser seguido por um jantar leve e carteado, ou leitura adicional, mas esta noite é diferente. Os bailes locais eram sempre agradáveis, proporcionando às meninas oportunidade de socialização e oferecendo música, dança e jogos. Jane, cheia de excitação, veste um vestido de musselina branca com mangas bufantes e a família caminha a curta distância até a aldeia. 

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Ao se aproximarem da Sala da Assembléia, o barulho e o entusiasmo podem ser ouvidos de longe, e Jane e Cassandra apressam o passo em emoção.
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A família entra no local envolvidos em uma onda de barulho e conversa animada. A sociedade é variada, e Jane imediatamente vê um número de famílias de seu conhecimento. Os ambientes são iluminados com centenas de velas lançando uma luz suave sobre os convidados e iluminando a elegante arquitetura georgiana. Logo os músicos dão vida aos instrumentos e a primeira dança, o cotillion, começa. Na falta de um parceiro, Jane se acomoda em um dos bancos encostados nas paredes para assistir ao espetáculo. Essa dança complexa exigia considerável proeza física e prática, e fica imediatamente claro que alguns dos participantes são mais habilidosos do que outros. Jane e Cassandra sentam-se juntas, comentando sobre os vestidos das mulheres que conhecem e rindo dos movimentos desajeitados de alguns dos convidados. Elas logo encontram parceiros e se jogam na dança, que se torna cada vez mais vigorosa e acelerada.

Às nove horas, a música pára e todos os convidados se encaminham para a sala ao lado para o jantar. Uma grande mesa está repleta de carnes, tortas, peixe e frutas, e espera-se que se sirvam e sentem-se à mesa ou ao redor dela. A música e a dança garantiram a todos um apetite saudável, e a multidão de hóspedes famintos significa que Jane e Cassandra lutam para chegar perto da generosa distribuição disposta nas mesas. Seu pai, o reverendo Austen, permanece na sala ao lado, jogando cartas com os outros cavalheiros até que Jane é enviada (por sua mãe) para arrastá-lo para longe das mesas de jogo. Depois do jantar, a dança recomeça, embora a um ritmo um pouco mais lento, por conta do amplo repasto. Finalmente, por volta das onze horas, os convidados cansados ​​e satisfeitos começam a recolher seus casacos e ir para casa.

A família Austen chega em casa, ainda discutindo os acontecimentos da noite. Jane está cansada, mas, inspirada por um trecho de conversa, pega sua caixa de anotações e começa a cobrir uma nova folha de papel. Ela continua a escrever pela noite adentro, enquanto o resto da casa dorme até que a vela finalmente se apaga.
pic da Oxford library - mas a writing box dela está na British Library em Londres

***
Eu amei!
Achei mimosa e direta, sem floreios ou sentimentalismos.

Agora, inspirada, vou mergulhar em Austen Nation!
9 vezes Orgulho e Preconceito

bjs.

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