& Moira Bianchi: Uma verdade universalmente conhecida...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Uma verdade universalmente conhecida...


que Jane Austen tem o poder!

Ms. Austen vem encantando e unindo pessoas desde 1813 com sua 'criança mais querida', Orgulho e Preconceito, que faz 200 anos de publicação hoje.

comemorar jane austen


postei em Inglês com uma estória curtinha, mas a minha querida 'Amiga Darcy' Jacqueline acabou de postar uma 'carta aberta aos amantes de O&P' tão fofa que eu a convidei e ela aceitou ser minha primeira cronista convidada.


Bem vinda, querida Jac!



AUSTEN POWER

Jacqueline Plensack Viana


É uma verdade universalmente conhecida que algumas lembranças da infância duram para sempre.

Eu tinha 9 anos quando Jane Austen entrou na minha vida. Lembro-me como se fosse hoje. Era mais um fim de tarde comum de 1997. Eu tinha acabado de voltar da escola e ligado a televisão na TV Cultura (meu canal favorito hoje e sempre) para assistir o bloco de programas infantis que passava no horário. E que bloco era aquele! Naquela épica tínhamos, exibidos quase em sequência, "O Mundo de Beakman ", "Os Anjinhos ", "As Aventuras de Babar ", "Rupert" e o inesquecível "Doug ". Todos são muito queridos por mim até hoje, mas acho que nenhum causou o mesmo impacto em minha vida que "Wishbone ", produção do canal educativo americano PBS. Quem foi criança nos anos 90 deve se lembrar dele. Wishbone era um cachorrinho da raça Jack Russel Terrier que vivia com a família Talbot. Leitor voraz, ele era praticamente uma versão live action do Gato Pintado do "Castelo Rá-Tim-Bum", sempre traçando paralelos entre as aventuras de seu dono Joe e as histórias clássicas da literatura mundial para tirar pequenas lições de vida.

E eis que uma dessas histórias, exibida logo na primeira temporada, era "Orgulho e Preconceito".


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As confusões vividas por Joe e seus amigos devido a uma série de boatos levaram o pequeno Wishbone a se lembrar da história de Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy, o mais provável casal improvável da literatura. Lembro-me de me apaixonar pelo cãozinho vestido como Sr. Darcy e, se olhando hoje a representação de uma história do periodo regencial britânico beirava a vergonha alheia, pelo menos o diálogo espirituoso foi mantido, o que me deixou ainda mais fascinada e contribuiu para que a história ficasse em minha cabeça durante muitos anos. Tempo suficiente para eu entrar no primeiro colegial e ainda me lembrar dela.

Quando entrei para o colegial, a primeira coisa que fiz foi providenciar um cartão da Biblioteca Municipal Nair lacerda, que ficava bem ao lado da escola, dentro do prédio da prefeitura. E claro, "Orgulho e Preconceito" foi o primeiro livro que peguei. E desde então me encantei perdidamente. Me encantei pelos acessos de nervos da Sra. Bennet, pela indulgência e bom humor do Sr. Bennet, pela bondade de Jane e Bingley, pelo comportamento tolo de Mary, Kitty e Lydia. Me encantei com a praticidade e coragem de Charlotte Lucas, o charme bandido de George Wickham e as frases ridículas do Sr. Collins. Me encantei com o bom senso da tia Gardiner. Me exasperei com Lady Catherine e sua predisposição a interferir na vida alheia e vibrei com a resposta à altura de Elizabeth Bennet....


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Ah, Elizabeth!

Ainda na época do "Wishbone", fiquei tão impressionada com Elizabeth que dei o nome dela a uma de minhas bonecas mais queridas. Sempre quis ser como ela: espirituosa, arrojada, inteligente, independente e ainda assim capaz de errar miseravelmente no julgamento do caráter alheio. E seria impossível pensar em Elizabeth sem Sr. Darcy. O modelo de macho alfa que encanta gerações de mulheres há dois séculos. O homem perfeito, que supera suas limitações e muda por causa da mulher que ama. Os dois se transformaram no arquétipo do casal amor-ódio e a história deles a matéria-prima de onze entre cada dez comédias românticas já escritas e encenadas. Até hoje vivo mudando de ideia sobre quem representa o orgulho e quem representa preconceito do título.

Mas o que mais me atraiu em "Orgulho e Preconceito" não foi uma história de amor. Foi a divertida crônica uma época de bailes maravilhosos e sonhos pastoris, em que o primeiro emprego de uma mulher era achar um marido para não precisar trabalhar, em que a Revolução Industrial começava a mudar a cara da Inglaterra. Acima de tudo, pela sagacidade de seu humor. Jane fazia uma comédia de costumes como poucos.

E hoje a criança querida de Miss Austen chega ao segundo século de vida mais atual e reencenada que nunca. Adaptações boas e ruins para o teatro, rádio, cinema , TV , web e mais livros. Pena que ela tenha vivido tão pouco para ver o quanto sua obra perduraria.


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O curioso é que "Orgulho e Preconceito" não é o meu Austen favorito. Darcy também não é o heroi de minha vida (um beijo, Sr. Knightley !). Mas essa história possui um magnetismo impossível de descrever, que faz dela a mais especial. Que sua obra levaria milhares de pessoas como eu a formar longos de duradouros laços de amizade com outras Janeites tão apaixonadas por seus personagens.
Por isso, posso apenas agradecer a você, Jane Austen, onde quer que esteja.

Este texto é dedicado a todas as minhas amigas Janeites. Tanto as marcadas no post original quanto aquelas que não tenho no Facebook, mas que são tão igualmente queridas.

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Só não concordo quando Jac põe Mr D. em segundo plano... sua malvada!

O episódio de WISHBONE que Jac fala é esse aqui.

Obrigada Jane Austen, por me dar seus personagens cativantes, uma estória que parece não ter fim nas suas interpretações, um hobby que adoro e ainda mais: amigos queridos, meus Darcy friends!


Feliz 200 anos para nós todos! 
200 anos velas aniversário


Aviso: texto lindinho da Jacqueline P Viana, imagens do Google.

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