Estou esquentando motores para a Bienal, faltam só... 5 dias! Que frio na barriga?
Vai passar lá no Stand L12 do pavilhão verde para dizer 'oi'? Vai sim!...
Vou estar lá nos dias 3, 6 e 7, 10, 12 e 13; sempre das 17 às 20:00hs.
Para comemorar, aqui vai um extra de '45 dias na Europa com Sr Darcy'. Lizzy ficou muuuito curiosa para saber o que Darcy fazia em Dubai no Réveillon. Quer saber?
Ela é muito atrevida
‘Qual
é, Darce! Não vou deixar você ficar parado no canto como um idiota!’ Charles
Bingley chegou perto de seu amigo Fitzwilliam Darcy com um sorriso irritante.
‘Uma festa tão bacana, quase meia-noite e olha só para você! De tromba!’
‘Volta
para sua amiguinha, Bingley.’ Darcy respondeu fechando ainda mais a cara. ‘Ela
vai desperdiçar o sorriso solto se você não estiver lá para apreciar.’
Bingley
riu. ‘Deveria incluir ‘sussa’ naquela lista de resoluções de Ano Novo.’
Darcy
desviou os olhos da interessante ambientação Art Déco para o grande amigo desde
que frequentaram o colégio interno e, em momentos assim, quando ele conseguia
ser insuportável, Darcy se arrependia por aceitar Bingley como seu companheiro
de viagem. ‘Na verdade, estou me
concentrando nela.’ Darcy respondeu.
‘Imagino.’
Bingley levou a taça de Prosecco à boca.
‘Primeira
resolução de Ano Novo: Não deixe que
ninguém lhe diga o que deve fazer.’ Darcy resmungou
Bingley
riu. ‘Tantas gatas hoje aqui. E nenhuma de burca!’ Ele sacudiu as sobrancelhas e Darcy
sacudiu a cabeça.
Mais de duas semanas nos Emirados Árabes Unidos e Bingley
ainda fantasiava sobre o quê as mulheres escondiam sob a roupa pesada. Se
tivessem escolhido um convento para passar as festas de final de ano, ele com
certeza estaria pensando a mesma coisa. ‘Você está paquerando a mais bonita.
Por que me contentaria com menos?’
‘É
linda, um anjo!’ Bingley sorriu largo e piscou um olho para a bela que
conversava com outras garotas a alguns passos deles, e em resposta ela sorriu
envaidecida. ‘Que tal aquela de minivestido curtinho?’
Darcy
virou a cabeça para a tal garota; novamente, já que vinha
trocando olhares com ela desde que chegou. Era bonita, mas… ‘Não é suficiente
para me tentar.’
‘Brasil
é muito longe daqui, Darce. Relaxa.’ Bingley bateu afetuosamente no ombro do
amigo e voltou à companhia angelical.
“Exatamente onze mil,
oitocentos e setenta e oito quilômetros. Um mar, um golfo e o maldito Oceano
Atlântico separando a rica Dubai do tropical Rio de Janeiro.” Darcy pensou e mais uma vez
tirou o telefone do bolso. Assim que destravou a tela, ela apareceu. Linda,
sorrindo, o pôr-do-sol de Veneza como cenário.
Segunda
resolução de Ano Novo: perceba que as
coisas não caem a seus pés. O que tem que ser, nem sempre será como você
imagina.
Quase
doze mil quilômetros era uma distância enorme, mas não era impossível. Um pouco
de esforço, bastante persistência e uma boa dose de persuasão poderiam fazer
dar certo.
Com
um suspiro de resignação, ele fechou a foto e abriu o mail que Georgie tinha lhe mandado
naquela manhã:
“Irmão, você escolheu passar o
final de ano longe de casa, mas isso não quer dizer que não posso encher seu saco. Para isso servem os irmãos mais velhos, para aguentar! Fiz uma
lizzard, digo, lista de resoluções para você seguir. Todas!”
Terceira
resolução de Ano Novo: se a
responsabilidade é sua, assuma. Ele tinha metido os pés pelas mãos e
tentado concertar, mas não era fácil. Remorso, raiva, tesão encubado: tudo se
misturava nele. Darcy grunhiu e bebeu todo o Prosecco de sua taça. ‘Preciso de
outra.’ Ele resmungou para si mesmo.
‘Sozinho,
meu velho?’ Uma voz melódica citou
Fitzgerald em voz baixa perto do ouvido de Darcy. Um pouco perto demais, na
verdade.
Ele
virou os olhos para a bela mulher em um vestido cinza curto. Pernas incríveis,
corpo bonito, lábios grossos, talvez uns poucos anos mais velha que ele. Mais
do que suficiente para tenta-lo. ‘Sim. Você?’
Ela
moveu as sobrancelhas desenhadas e meneou a cabeça. ‘Ao que parece.’
Ele
levantou os olhos para o garçom que passava com uma bandeja de taças e estendeu
a mão para trocar a sua vazia por uma cheia quase tocando o ombro dela.
Curiosa, a garota se virou fazendo as longas franjas do seu vestido – do decote
à barra – assim como as discretas lantejoulas se moverem valorizando suas
curvas. Ele piscou languidamente e experimentou a bebida gelada.
‘Americano?’
Ela perguntou.
‘Inglês.’
Ele respondeu.
‘Sul
Africana.’ Ela disse sem que ele se interessasse. ‘Ella.’
‘William.’
‘Gostando
da festa?’ Ela flertou piscando seus olhos esfumaçados com sombra negra.
Ele
levantou as sobrancelhas. ‘Não tanto que não possa melhorar.’
Quarta
resolução de Ano Novo: Ninguém pode ter
tudo, aceite substituições. Ele estava a um mundo de distância dela, tinha
tentado acertar as coisas e estava até fazendo (lento) progresso, mas por que
dar murro em ponta de faca? Ele bufou para si mesmo, ela odiaria o uso do
provérbio. A bela mulher ao seu lado sorriu perguntando silenciosamente o
motivo da graça e ele sacudiu a cabeça.
Nada,
não era nada, mesmo.
Só
que era.
Muito
atrevida, aquela Elizabeth Bennett.
O
enganou por vários dias e depois, literalmente, bateu a porta na cara dele.
Eles haviam flertado – ele tinha certeza que não foi só ele, ela flertou de
volta. Ele não tinha, não podia tê-la mal entendido o tempo todo. Ela flertou
deliciosamente, e ele tinha adorado cada momento com ela. Amsterdam, spacecakes, Veneza, galochas, Milão,
vespa, o Tropic e a noite regada a garapa que passaram juntos. E a manhã que
foi maravilhosa, perfeita, quente, inesquecível.
Darcy
estava preocupado em virar um cachorrinho apaixonado. “Substituições, ninguém pode ter tudo” ele repetiu para si mesmo.
‘Você caprichou na caracterização, bem ao estilo de Daisy.’ Ele sorriu
charmoso.
Ella
bateu os cílios para o homem bonito de black tie. ‘ Combinamos, você é
um Gatsby perfeito.’ Ela esticou a mão e
arrumou a lapela dele. ‘Paletó branco é mais legal que o preto tradicional,
fica muito bem em você. ’
“Lizzy gostou de me ver no
preto.” Mas
Ella nem precisaria fazer muito esforço, Darcy estava disposto a deixa-la
entorpecer o aperto no seu peito.
Quinta
resolução de Ano Novo: cuidado com
cinza, o mundo é feito de pretos e brancos. As coisas devem ser certas ou
erradas para você. Aprenda a identificar o que funciona ou não. Se Lizzy estava
fora do alcance – geograficamente e emocionalmente – era hora de admitir que
não tinha jeito. No entanto, a mulher ao seu lado…
De
canto de olho ele viu o sorrisinho satisfeito de Bingley. Ele odiava aquele
olhar de superioridade e elegeu esta a causa de seu vago desconforto.
A
atmosfera extravagante da festa de Ano Novo ambientada nos anos 20 d’O Grande
Gatsby de Fitzgerald também o estava afetando. O salão Art Déco, pretos e
brancos e... dourados – nada de cinza. Nada de indecisões, nenhum rebuscamento
desnecessário, tudo de um bom gosto exuberante. Cabeças de animais
completamente brancas com seus chifres enormes nas paredes, boás brancos, louça
negra, lírios e rosas brancas flutuando em taças de cristal. Nenhuma tulipa.
Na
sua cabeça, ele só a ouvia repetir ‘Ai, minhas tulipas!...’
Darcy
se manteve assentindo com a cabeça e forçando um sorriso concordando com Ella de cinza que tagarelava sobre
qualquer coisa.
Tulipas
haviam trazido Elizabeth a ele. Uma variedade de cores; rosas, amarelos,
azuis... e sebe. Ele riu secretamente.
“Labirinto vivo, um grande aliado.” Ela era uma explosão de cores – nada de
preto, branco e cinza em Lizzy.
‘…
pista de dança?’ Ele viu a boca pintada de vermelho vivo se mover, não entendeu
muito bem o que ela falou, mas a garota de cinza tomou o copo de sua mão e o
empurrou gentilmente à luxuosa pista de dança, seu vestido parecendo que
flutuava em volta do corpo bonito.
Tudo
fora de lugar. Essa garota era quase tão alta quanto ele, se movia com
liberdade e confiança guiando-o, a maneira como ela o abraçou foi diferente da
maneira como ele ansiava. Nada como em Amsterdam, La vie en rose, um vestido preto em uma garota mais baixa, uma voz
rouca, uma tattoo sensual no peito do pé direito, um beijo gostoso. Elizabeth.
‘Quarenta
minutos para meia-noite, vamos procurar algo para beber e ir para a varanda?’
Ele
balançou a cabeça justo na hora que seu telefone bipou.
Sexta
resolução de Ano Novo: aprenda a focar
no que importa, pare de esquecer seus objetivos e permitir distrações.
SMS de Lizzy Bennett
“Dizem que não importa se ganhamos ou perdemos, as
experiências do ano que vai sempre enriquecem o que vem, mas acho mesmo que é o
tamanho da festa que determina como será o ano novo.
Festeja em Dubai por mim
porque por aqui está um marasmo total.
:(
Minha
promessa de Ano Novo é achar uma boa festa para o ano que vem! Feliz Ano Novo,
Darcy :D.”
Primeiro sua
respiração falhou, depois seu coração deu um sobressalto, e só então seu
cérebro comandou seus dedos.
“Feliz Ano Novo, Lizzy!
Posso te fazer tantas
promessas quantas quiser, minha gata. Posso até realizar a maior parte delas.”
Sétima resolução de Ano Novo: eficiência é primordial. Seja preciso, claro, elimine curvas e siga
em linha reta. Bem no estilo Art Déco. Que conveniente.
“Tentador!… Mas tenho que perguntar: bêbado?”
Ele riu e imaginou a
expressão daquele rostinho lindo lhe perguntando isso. Sim, ele tinha bebido
algumas taças de Prosecco, como não? Garotas bonitas em vestidos curtos
cruzavam o salão oferecendo enormes garrafas com fogos de artifício flertando
mais que enchendo copos. Sim, ele bebeu para afogar a frustração de não ter
Lizzy com ele. Sim, ele bebeu para não comparar a garota de cinza com ela.
“Posso estar bebendo por um tempo, mas não tem a
metade da graça da última vez.
Não tem garapa, e a companhia agradável faz
muita falta.”
Mensagem
clara e direta. Garapa e Lizzy combinavam perfeitamente, o azedinho com os
beijos doces se completaram naquela noite fazendo sua cabeça girar. Como ela o
tocou, aquelas carícias …
Também,
seus gritos e a fúria em seus belos olhos eloquentes. Palavras duras,
conclusões erradas, teimosia.
‘Achei
você!’ Darcy ouviu.
Oitava
resolução de Ano Novo: não perca tempo
precioso. Se não é o que você quer – ou merece, desista. Mesmo que seja uma
pessoa ou atividade.
Ele
sorriu amarelo e Ella soube que não seria este o homem que ela beijaria à meia
noite. “Fazer o quê?…” Ela suspirou.
Lizzy
não respondeu mais, mas ele estava certo que ela o tinha entendido. Darcy
planejou entupir a caixa de mensagens dela com fotos dos fogos de Dubai para
que ela publicasse no seu blog o quanto quisesse, mas ele adoraria receber uma
dela. Aqueles olhos, aquele sorriso, um vestido branco… Elizabeth.
Quando
ele lhe contou do Réveillon Grande Gatsby em mensagem de texto alguns dias
atrás, Elizabeth tinha respondido euforicamente. Ao invés de torpedo, ela havia
mandado vários recados de voz exigindo detalhes, fotos, tudo. Darcy não tinha
certeza se gostaria de ir a uma festa tão grande, era mais coisa de Bingley.
Ele preferiria achar um clube mais exclusivo, um bar de hotel, um terraço com
vista privilegiada para a queima de fogos, mas Lizzy gostou da ideia e ele se
deixou influenciar.
Era o
que ela fazia de melhor, fazer com que ele visse as coisas por outros ângulos.
‘Ah,
sim, claro. Uma perspectiva diferente.’ Darcy disse a si mesmo. Ele saiu da
varanda à procura de seu amigo e o achou rindo em um grupo de garotas bonitas,
o tal anjo e a garota de cinza entre elas.
‘Bingley,
a lista de resoluções de Ano Novo que Georgie me mandou.’ Darcy disse.
‘A
idiotice que você deletou?’ Bingley riu.
‘Ainda
estou considerando se presta.’ Darcy carregou o e-mail em seu telefone. ‘Aqui.’
Ele apontou com o dedo médio enquanto segurava sua taça. ‘Nona resolução de Ano
Novo: Se está a fim, fale com ela.
Se der certo, bom. Se não, parta para outra. Aja.’ Ele leu e Bingley franziu a
testa. ‘Jane Bennett. Te contei o que Lizzy me disse, semanas atrás.’
Se
Snoopy Dogg não tivesse começado a cantar tão alto, o movimento das
engrenagens na cabeça de Bingley poderia ser ouvido. ‘Que horas são no Rio?’
‘Fim
da tarde, elas estão passando as festas em Petrópolis’ Darcy respondeu vendo
Bingley tirar o telefone do bolso.
Quando
ele perguntou quais eram seus planos e Lizzy disse muito miseravelmente ‘em
casa com a família repinica’, ele pensou em convidá-la para encontra-lo em
Dubai. Ela tinha trocado seus turnos no cruzeiro com uma amiga para estar livre
na semana de final de ano, teria pelo menos seis dias. Mas faltou coragem, ele
ficou com medo que ela o recusasse novamente. Agora, ele estava arrependido de
não ter tentado; ela adoraria estar ali, ele adoraria tê-la ali. Perto dos seus
lábios, suas mãos, seus braços.
Décima
resolução de Ano Novo: se mexa e faça as
coisas acontecerem. Coragem e atitude. Progresso pode não ser linear, você
pode tropeçar, mas continue firme.
Da
maneira como Darcy via, Georgie tinha lhe mandando a mesma mensagem em dez
maneiras diferentes.
‘Você
não sai da minha cabeça, então tenho que fazer com que seja minha’, Snoopy
cantou.
Traduzindo em miúdos: Fitzwilliam Darcy estava
apaixonado por Lizzy Bennett, e teria que fazer dar certo.
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Como chegaram aqui?...
Ih, tanta coisa já aconteceu a esses Darcy e Lizzy...
Amsterdam, Milão, Veneza, garapa, vespa e galochas.
Já leu? Corre, está a venda.
Outros extras e contos, aqui.
Como chegaram aqui?...
Ih, tanta coisa já aconteceu a esses Darcy e Lizzy...
Amsterdam, Milão, Veneza, garapa, vespa e galochas.
Já leu? Corre, está a venda.
Outros extras e contos, aqui.